Chapa tucana puro-sangue causa rebelião na direita

Chapa ao Planalto com cabeça e vice do PSDB causa revolta no DEM. Lideranças do partido devem se reunir hoje com o PSDB para tentar encerrar impasse.

A crise deflagrada entre o PSDB e o DEM, que quase rompe a aliança com o "presidenciável" tucano José Serra, deve chegar ao fim nas próximas horas, com o recuo dos democratas e a consolidação da chapa puro-sangue da oposição na disputa pelo Planalto. Os democratas não têm para onde correr, uma vez que o partido só faz minguar vertigninosamente desde as eleições de 2002.

Depois de ensaiar por três dias uma rebelião contra a indicação do senador Alvaro Dias (PSDB-PR) para ocupar o cargo de vice-presidente na chapa do tucano, os líderes do DEM pretendem se reunir ainda nesta segunda-feira (28/6) com Serra para tentar encerrar o impasse na aliança entre os dois partidos.

O deputado Rodrigo Maia (RJ), presidente nacional do DEM, afirmou neste domingo (27/6) que o partido quer a vitória de Serra. Pela rede social do Twitter, o deputado negou um ultimato para o PSDB: "Haverá um diálogo entre aliados". Na véspera, Maia deu duras declarações admitindo apenas a hipótese de o vice de Serra sair dos quadros do DEM.

As negociações para acabar com crise começaram ontem à tarde, no Rio, em um almoço com ao menos nove integrantes da cúpula do DEM. Numa reunião de cerca de cinco horas, o partido discutiu as saídas para desfazer o mal-estar com os tucanos (iniciado já com o abandono dos Democratas à míngua pelos tucanos no escândalo de corrupção do DF, em oposição ao comportamento tucano, quando da mesma situação no Rio Grande do Sul, governado pela tucana Yeda Crusius).

Ficou acertado que Serra precisa sinalizar ainda hoje que vai enquadrar os tucanos que resistem a abrir mão de suas candidaturas para o DEM nos estados. Os maiores imbróglios estão no Pará e em Sergipe.

Da redação, com R7