Sem categoria

Ahmadinejad culpa EUA por sanções e descarta ataque de Israel

O presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad culpou diretamente os Estados Unidos pela pressão sobre o Conselho de Segurança da ONU para aprovar novas sanções contra Irã, considerando também improvável um ataque militar israelense contra seu país.

Em declarações reproduzidas pela emissora de TV internacional do país, Press TV, Ahmadinejad assinalou que o quarto pacote de medidas adotadas pela ONU em junho passado se deveu ao lobby de Washington para frear o programa nuclear do país persa.

"Consideramos os Estados Unidos responsáveis pela resolução, porque o Conselho de Segurança (CS) está sob sua influência", destacou o presidente, que afirmou também que a Casa Branca tem tratado a Teerã com a mesma hostilidade durante mais de 50 anos.

Apesar do clima de tensão instalado pelos Estados Unidos na região, acentuado pela presença de navios de guerra estadunidenses e israelenses, Ahmadinejad descartou a possibilidade de um ataque militar do regime sionista, ao afirmar que nenhum país se atreverá a lançar uma ofensiva contra o Irã.

"Ninguém se atreve", observou Ahmadinejad, para depois assinalar que Israel segue no rumo do declínio e os Estados Unidos, que são os mentores do regime sionista, não ousaria atacar o Irã diretamente, deixando a tarefa suja para o "regime farsante" de Telavive.

Ahmadinejad disse também que as sanções são contraditórias com a propaganda eleitoral do presidente americano, Barack Obama, de que seu governo faria uma mudança nas relações com a República Islâmica, e sublinhou que Obama age igual ou segue os passos de seu antecessor, o republicano George W. Bush.

Ahmadinejad assegurou que as sanções e ameaças estadounidenses a seu país não conseguirão bloquear o programa pacífico de energia nuclear que o país conduz, deplorando também a ratificação das medidas punitivas por instâncias legislativas dos Estados Unidos.

Ahmadinejada também disse que nas eventuais negociações com o grupo 5+1 (os cinco membros permanentes do CS mais a Alemanha) as condições para conversar precisariam ser modificadas, esclarecendo também que as negociações devem ser justas e legais.

Por sua vez, o embaixador iraniano na Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), Ali Asghar Soltanieh, afirmou que o país não recebeu nenhuma nova oferta para a troca de combustível nuclear.

Soltanieh lembrou que o diálogo entre Irã e as potências do G 5+1 foram adiadas unilateralmente para fins de agosto, devido ao que chamou de "má conduta" da ONU pelas sanções. O adiamento seria uma forma de puniar essas organizações "para que aprendam a negociar" com o Irã.

O chanceler iraniano, Manuchehr Mottaki, negou ter recebido uma carta supostamente enviada por Obama ao seu país com novas ofertas e ratificou que a opção válida é o acordo tripartite assinado em Teerã em maio por Brasil, Irã e Turquia, mas ignorado pelos EUA e seus aliados.

O ministro de Defesa do Irã, Ahmad Vahidi, fez uma advertência sobre as conseqüências que as sanções aprovadas pelo CS trarão, no sentido de inspecionar navios iranianos em alto mar, afirmando que Teerã tomará medidas para proteger seus navios.

Fonte: Prensa Latina