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Imigração: Obama joga responsabilidade para os republicanos

Cercado pela expectativa dos mais de dez milhões de indocumentados que vivem nos Estados Unidos, o presidente do país, Barack Obama, discursou na manhã desta quinta-feira (1/7) numa universidade de Washington sobre a reforma das leis de imigração.

Sem apresentar fatos novos, ele preferiu colocar a responsabilidade da reforma no colo dos republicanos. "Sabemos da necessidade de mudanças na lei, pois o sistema está falido. A maioria dos democratas e da população sabe disso, mas precisamos dos votos do outro partido", disse Obama.

O presidente foi apresentado pelo pastor Bill Hybels, da Igreja Willow Creek, de Chicago, que esteve nas reuniões entre Obama e vários ativistas e legisladores nos últimos dias.

"Está na hora dos indocumentados saírem das sombras e participarem mais ativamente da sociedade", ressaltou o religioso.

Neste momento, muita gente esperava que, finalmente, o líder da nação pudesse apresentar alguma solução concreta para o problema e chegou-se a cogitar um decreto do Poder Executivo favorável aos imigrantes, passando por cima do Congresso Nacional.

Mas Obama, apesar de contundente nas suas palavras e disposto a ressucitar o debate sobre a reforma imigratória, exaltou a necessidade de um esforço bipartidário.

Ele começou o discurso lembrando que a última vez que esteve naquela universidade foi durante sua campanha presidencial: "Tinha ao meu lado o senador Edward Kennedy, um grande defensor dos direitos humanos e que sempre lutou por mudanças na lei imigratória", disse Obama.

Enfatizando os vários problemas enfrentados pelos EUA na atualidade, especialmente a crise econômica e as guerras, o presidente afirmou que sua administração tem obtido importantes vitórias, como incentivos à Educação, a aprovação de um plano de saúde, a introdução de leis para coibir a especulação na área financeira e a adoção de medidas para proporcionar energia renovável ao país.

"Com a reforma imigratória não é diferente. Por isso reforçamos as fronteiras, tanto que existe hoje na divisa um número recorde de agentes para garantir a segurança do país", disse.

No entanto, Obama esclareceu que acabar com a imigração ilegal deve necessariamente andar lado a lado com as mudanças do sistema de imigração falido: "Não podemos mais prejudicar os jovens que chegaram ainda crianças a este país. Estamos perdendo bons valores", explicou.

Mas para tanto, o presidente quer mostrar para estas 11 milhões de pessoas que ser americano não é apenas ter direitos, mas responsabilidades: "O caminho para a legalização vai passar pelo pagamento de multa e acerto de contas com o imposto de renda, bem como pela obrigatoriedade de aprender o idioma inglês".

Ao comentar a polêmica lei do arizona, Obama disse que a medida é entendível, mas inaceitável. "Agora estamos prontos para agir. A maioria dos democratas sabe disso, a maioria da população quer isso, mas precisamos dos votos dos republicanos. É uma questão matemática. Precisamos assumir a responsabilidade e resolver a questão de uma vez por todas", repetiu.

Com informações do portal AcheiUSA