Espanha mantém estilo, vence Alemanha e fará final histórica

Com a vitória, a Espanha poderá quebrar um tabu. Desde 1974, quando a Alemanha faturou o título mundial, uma equipe campeã da Europa não vence a Copa dois anos depois.

Já os alemães, em 17 participações em Mundiais, perderam a quinta semifinal, a segunda seguida (em 2006, caíram diante da Itália por 2 a 0). Com isso, não conseguiram chegar à sua oitava final e desempatar o "placar" com o Brasil.

A equipe espanhola jogou a semifinal com uma modificação em relação ao time que venceu o Paraguai pelas quartas de final. No lugar de Fernando Torres, a jovem revelação do Barcelona, Pedro.

Com isso, Villa, que atuou até então pela esquerda na Copa, passou a jogar centralizado. Xavi, na ligação, teve mais opções que Özil no lado alemão. Iniesta e Pedro invertiam o lado do campo a todo instante.

Como previsto, a atual campeã da Europa teve maior posse de bola e dominou boa parte da partida.

Sergio Ramos, mais ala do que lateral, foi outra boa opção de ataque e por vezes obrigou Podolski a voltar para marcar (enquanto isso, Iniesta ou Pedro davam trabalho a Boateng).

Com o melhor ataque da Copa do Mundo, os alemães não contaram com Thomas Müller. Joachim Löw optou pela entrada de Trochowski, que atuou pelo lado direito.

Sem as subidas de Lähn, preso na marcação, e com a dupla de volantes distante do meia Özil, a Alemanha não conseguiu construir jogadas de perigo no primeiro tempo.

Para evitar o toque de bola espanhol e tentar recuperar a bola, a equipe de Löw tentou adiantar a marcação a partir dos 25 minutos da primeira etapa.

Podolski, pela esquerda, tentou jogar nas costas do lateral Sergio Ramos. No entanto, isolado, sem ninguém para o um-dois, a jogada foi bem marcada pela zaga espanhola (mitas vezes com Piqué na cobertura). Além disso, a Alemanha teve apenas uma chance do contra-ataque nos primeiros 45 minutos.

História

Alemães e espanhóis já jogaram 20 vezes desde 1935. A Alemanha venceu oito vezes, com 27 gols marcados e a Espanha saiu vitoriosa em seis embates (fez 22 gols). As equipes empataram em seis oportunidades.

Foram 12 amistosos, três jogos pela Eurocopa e mais dois pelas eliminatórias do torneio europeu. Na Copa do Mundo, mais três duelos: a Alemanha venceu por 2 a 1 em 66, no Villa Park, em Birmingham e em 82, no Santiago Bernabéu. No Mundial dos Estados Unidos, em 94, empate em 1 a 1 no estádio Soldier Field, em Chicago.

Na Euro, duas vitórias espanholas por 1 a 0 (em 84, no Parque dos Príncipes e em 2008, no estádio Ernst Happel, em Viena, na final do torneio). Em 88, a Alemanha bateu a Espanha por 2 a 0, em Munique.

O jogo

Aos cinco minutos, Pedro, pela direta, enfiou para Villa. O artilheiro se esticou e concluiu em cima de Neuer. Depois, a Espanha fez boa triangulação com Xavi, Alonso e Iniesta. Após o forte cruzamento do camisa seis, Puyol cabeceou por cima do gol.

A primeira chegada alemão ocorreu aos 15. Em dois escanteios, um pela direita, com Özil e outro pela esquerda, com Trochowski, Casillas conseguiu afastar o perigo da área espanhola.

Três minutos depois, Sergio Ramos subiu ao ataque e livre, nas costas de Boateng, chutou para fora. Aos 25, Iniesta serviu o lateral-direito espanhol, que cruzou para Pedro. O atacante, porém, não conseguiu concluir.

Pouco depois, Alonso arriscou de fora da área e mandou à esquerda do gol. Trochowski, pela direita, avançou e, com liberdade, obrigou Casillas a espalmar no canto esquerdo baixo. Khedira, aos 34, alçou na área e o goleiro espanhol espalmou para fora da área.

Antes do intervalo, a melhor jogada alemã da primeira etapa. Klose antecipou Puyol e tocou para Özil no espaço vazio. O meia inavdiu a área e caiu após choque com Sergio Ramos. O árbitro Viktor Kassai mandou seguir. No último minuto, Pedro arriscou de fora e Neuer fez a defesa sem problemas.

Segundo tempo

Pedro cai pela direita aos dois minutos, passa por três e toca para o meio. Da intermediária, Alonso arrisca e manda à direita de Neuer. No ataque seguinte, o meia do Real Madrid tentou novo arremate e assustou o goleiro alemão.

Aos nove, Xavi tocou para Villa. Da esquerda, o artilheiro concluiu para fora. Em cima da Alemanha e com toques rápidos, Iniesta achou Xavi fora da área, de frente para o gol. O meia bateu forte e Neuer defendeu. No rebote, Iniesta passa por dois e cruza. Villa, na segunda trave, chegou atrasado e não conseguiu concluir para o gol vazio.

A resposta alemã veio com a subida de Jansen pela esquerda (que entrou no lugar de Boateng). O lateral foi até a linha de fundo e cruzou. Sergio Ramos tirou e Klose pegou a sobra. A bola passou por cima do gol.

Aos 17, Alosno lança Sergio Ramos por trás da zaga. Podolski faz a cobertura e os espanhóis reclamam pênalti. Até o momento, a Espanha havia chutado 11 vezes, contra apenas três da Alemanha.

Na metade da segunda etapa, Villa caiu na direita e obrigou Neuer a nova defesa. Com mais rapidez, a Alemanha quase abriu o marcador. Özil serviu Podolski pela esquerda da grande área. Após o cruzamento, Kroos, livre, chutou para fora.

A Espanha chgou ao gol aos 28 na jogada parada. Após escanteio, Puyol chegou de trás, subiu mais que a zaga e abriu o marcador. Cinco minutos depois, Lahm avançou pela primeira vez e cruzou. Schweinsteiger, porém, não alcançou.

Em dois contra-ataques, a Espanha quase ampliuou. No primeiro, Villa, no mano a mano, foi desarmado por Friedrich. Depois, Pedro, com Torres livre na esquerda, tentou o drible e perdeu a bola.

Os alemães tentaram ir ao ataque, mas a Espanha bem postada, com 10 homéns atrás da linha da bola, conseguiu neutralizar as jogadas da tricampeão mundial.

Derrotada, a Alemanha enfrentará o Uruguai no sábado, dia 10, em Porto Elizabeth, no estádio Nelson Mandela Bay.

A final inédita entre Espanha e Holanda será no Soccer City, em Joanesburgo, no domingo, dia 11.

Fonte: Portal Copa 2014