Campeões e debutantes em luta pelo título mundial

Holanda versus Uruguai nesta terça-feira (6) na Cidade do Cabo e Alemanha versus Espanha na quarta-feira em Durban. Após o naufrágio das grandes favoritas ao título do Mundial da África do Sul — Brasil, Argentina, Itália e as menos cotadas França e Inglaterra —, apenas quatro seleções estão na disputa pela Copa do Mundo.

A Alemanha é uma seleção tricampeã mundial rejuvenecida que surpreende com o futebol menos "alemão" que se lembre. Uma sucessão de toques, triangulações e sutilezas que a levaram a marcar oito gols nas últimas duas partidas, contra Inglaterra e Argentina e que a fizeram como a maior favorita ao título dentre as quatro semifinalistas.

A Espanha é a atual campeã da Europa. Começou com uma queda diante da Suíça mas vem demonstrando que além do futebol tem coragem. Está entre os quatro melhores do mundo pela primeira vez em 60 anos.

A Holanda, que caiu duas vezes para os anfitriões nas finais que disputou, derrubou o sempre favorito Brasil e agora acredita que tudo é possível. Embora tenha um time limitado e longe do que foi no passado, seu pragmatismo em campo lhe rendeu cinco vitórias em cinco jogos.

O Uruguai é o velho campeão que sai das catacumbas do futebol, depois de sofrer nas eliminatórias e volta a uma semifinal depois de 40 anos de fila. Bicampeão olímpico, bicampeão mundial, tem hoje Diego Forlán como sua figura mais expressiva dentro de campo e é, seguramente, um time com bastante conjunto, uma equipe na acepção da palavra.

Partida mais difícil

"Foi a partida mais difícil que disputamos", admitiu o goleador espanhol David Villa em referência ao 1 a 0 sobre o Paraguai que permitiu a Espanha seguir na Copa do Mundo. Villa tem cinco gols anotados na competição e sonha tornar-se o seu artilheiro.

"A partir de agora, ganhar de forma fácil é impossível", disse Villa, pensando na Alemanha, que já voava de volta a Tshwane/Pretória enquanto que os comandados de Vicente del Bosque pelejavam com os paraguaios.

Bert van Marwijk, o treinador holandês elogiou nesta semana seu rival. As duas equipes se enfrentarão nesta terça às 15h30 no estádio Greenpoint, na Cidade do Cabo.

"São perigosos, são lutadores, são artistas da sobrevivência. Eu gosto da forma como jogam", destacou.

O Uruguai, que comove um dos países mais apaixonados por futebol do mundo, mantém a confiança, apesar de chegar à partida com importantes baixas, entre elas a do goleador Luís Suárez, herói do triunfo diante de Gana. O zagueiro central Lugano, capitão da equipe, também está fora por uma contusão em seu joelho direito.

"A Holanda não perde. Será difícil, mas não impossível", reconheceu o treinador uruguaio Oscar Tabárez, que considera os europeus favoritos.

Entretanto nada soa impossível ao Uruguai de Tabárez que, para gratificar sua fé em lutar até o fim, inclusive sem peças chave, deixou uma frase que sintetiza como poucas o seu pensamento: "Atrás de mim há futebolistas".

O Mundial é coisa muito séria. Esta noite um duelo decide se, pela primeira vez na história, o campeão do mundo será um europeu que levantará a taça fora de seu continente. A única chance do tabu ser mantido é o Uruguai classificar-se para a final.

Da redação, com agências