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Emprego na indústria cresce 4,2%, a maior alta desde 2001

O emprego na indústria brasileira apresentou crescimento de 4,2% em maio na comparação com o mesmo mês de 2009, descontados os efeitos sazonais. É a maior alta observada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na série histórica iniciada em 2001, junto com a elevação registrada em outubro de 2004.

É uma boa notícia para a economia e a classe trabalhadora. A indústria é o setor que melhor remunera a força de trabalho (em relação ao setor de serviço e comércio e à agropecuária), geralmente contrata com carteira assinada e, por consequência, respeita um pouco mais os direitos trabalhistas. A evolução do emprego formal (ou seja, com carteira assinada) virou uma máquina registrada do governo Lula.

Compare Lula com FHC

O presidente que se formou no movimento operário vai fechar os seus dois mandatos com um saldo superior a 10 milhões de novos postos de trabalho formais, um resultado que deve ser atribuído principalmente ao crescimento da economia e, em particular, o aumento dos investimentos e da intervenção do Estado na economia. As políticas anticíclicas tomadas para enfrentar a crise são exemplo disto.

Sob FHC, a realidade foi outra. “O primeiro governo FHC foi uma tragédia para o mercado de trabalho. A geração de emprego com carteira assinada encolheu em média 296 mil por ano e a taxa de desemprego disparou”, conforme comentou o economista João Sicsú em entrevista ao Vermelho. Com efeito, em torno de 20% da População Economicamente Ativa ficaram sem emprego nas principais regiões metropolitanas do país.

Recuperação

As estatísticas divulgadas pelo IBGE nesta quinta-feira (8) mostram que, do ponto de vista do mercado de trabalho, a indústria já se recuperou plenamente da crise econômica exportada pelo capitalismo estadunidense, que mergulhou o setor na recessão. Na comparação com abril deste ano, o instituto registra uma evolução positiva de 0,3% no nível de emprego industrial. É o quinto mês seguido de avanço. No ano, o emprego no setor acumulou alta de 1,9%.

Na comparação anual, 15 dos 18 setores industriais contrataram mais, com destaque para Produtos de metal (8,9%), Calçados e couro (8,2%), Máquinas e equipamentos (6,4%) e Alimentos e bebidas (2,5%).

Todas as 14 regiões do país pesquisadas tiveram aumento do emprego, sendo São Paulo a principal influência positiva, com avanço de 3,3%. O IBGE acrescentou que o número de horas pagas aumentou 0,3% em maio sobre abril, com ajuste sazonal, e 5,5% ano a ano, a maior variação da série histórica. Todavia, a folha de pagamento real dos trabalhadores caiu 0,8% na comparação mês a mês e subiu 3,7% ano a ano.

Entenda a pesquisa

Segundo o IBGE, a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário produz mensalmente indicadores sobre vagas e remuneração nas atividades industriais, sobre pessoal ocupado assalariado, admissões, desligamentos, número de horas pagas e valor da folha de pagamento em termos nominais (valores correntes) e reais (deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA).

São consideradas as empresas que possuem unidades locais registradas no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e reconhecidas como industriais pelo Cadastro Central de Empresas do IBGE.

A pesquisa é dividida nas seguintes áreas: regiões Norte, Centro-Oeste, Nordeste, Sudeste e Sul, Pernambuco, Ceará, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

O levantamento foi iniciado em 1968 com o nome de Pesquisa Industrial Mensal – Dados Gerais. Em 1997, passou a ser denominado Pesquisa Industrial Mensal – Emprego, Salários e
Valor da Produção.

A partir de 2001 a pesquisa foi reformulada, deixando de levantar informações relativas ao valor da produção industrial e passando a ser denominada Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário.

Da redação, com agências