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Escândalo provoca renúncia do ministro do Trabalho da França

Eric Woerth anunciou nesta terça (13) sua renúncia ao cargo de tesoureiro do partido de Sarkozy, União do Movimento Popular (UMP), para tentar conter danos do escândalo de doações ilegais

O ministro está no centro de um escândalo que afundou a taxa de aprovação de Sarkozy e revelou os bastidores sujos do governo direitista, que já enfrentou um momento difícil nas urnas municipais.

Woerth teria recebido 150 mil euros em dinheiro de Patrice de Maistre, principal conselheiro financeiro da herdeira da L'Oreal, Liliane Bettencourt, para a campanha de Sarkozy, em 2007. Na época, Woerth já ocupava o cargo de tesoureiro da UMP.

Segundo a ex-contadora de Bettencourt, Claire Thiboult, Maistre lhe pediu ainda para retirar 50 mil euros em um caixa automático para dar a Woerth.

O financiamento é ilegal segundo a legislação francesa, que limita a 4.600 euros as doações a candidatos por pessoas físicas e determina que o repasse de verbas somente pode ser feito em espécie quando inferior a 150 euros.

Evasão fiscal

O ministro está envolvido também nos escândalos de evasão fiscal da fortuna de Bettencourt. Gravações feitas ilegalmente por um mordomo revelam conversas entre a herdeira e seus conselheiros financeiros, nas quais aparece o nome da mulher de Woerth, Florence, em conversa sobre operações financeiras para a herdeira da L'Oreal sonegar impostos.

Os interlocutores dão a entender que o próprio Woerth, então ministro de Orçamento, estaria consciente das operações.

Woerth negou ter recebido qualquer dinheiro de forma ilegal e chegou a ser inocentado por um relatório da Inspeção Geral de Finanças (IGF), que diz que ele não interveio para conceder privilégios fiscais a Bettencourt.

O documento, contudo, não foi suficiente e a oposição exige uma investigação independente, além de pressionar pela renúncia de Woerth do Ministério do Trabalho.

Sarkozy, contudo, parece não estar disposto a perder um dos grandes nomes do seu governo. Em uma estratégia de contenção de danos, Woerth afirmou na segunda-feira (12) à Rádio Europe 1 que considerava a renúncia do cargo na UMP. Horas depois, em entrevista ao vivo ao canal France 2, o presidente francês defendeu a reputação do ministro, mas o aconselhou a deixar o cargo de tesoureiro.

Com agências