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Bahia entra na disputa para sediar abertura da Copa de 2014

Credenciada como uma das 12 cidades-sedes para receber os jogos de futebol da Copa do Mundo FIFA 2014, a cidade de Salvador, capital da Bahia, entra na disputa para receber a abertura do Mundial. O governador Jaques Wagner (PT), inclusive, acompanhou o presidente Lula (PT) na viagem a Joanesburgo, em 8 de julho, quando participou da cerimônia de passagem de bastão da Copa da África do Sul para o Brasil.

O evento reuniu a comissão da FIFA que organiza previamente o torneio esportivo e o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ricardo Teixeira, com quem o governador conversou. Na ocasião, Wagner ressaltou, em entrevista ao Portal Terra, que foi até a África para barganhar a favor de Salvador.

“Nós estamos fazendo um esforço para a abertura. Se eles aceitarem uma outra arena com 15 mil lugares flexíveis, é possível. Ainda tem tempo de mudar o projeto, porque não saiu a estrutura. Se a FIFA e a CBF falarem que botando 65 mil eu recebo o jogo, eu faço. Eu tenho que batalhar pela Bahia. Não peguei 20 horas de voo à toa”.

A ampliação da capacidade da nova arena esportiva que está sendo construída em Salvador é de 50 mil lugares fixos. No entanto, existe a possibilidade de ampliar o número de assentos, fazendo uso de recurso igualmente aplicado na África do Sul: as arquibancadas temporárias. De acordo com o secretário estadual de Esportes, Nilton Vasconcelos, bastaria ocupar a área onde hoje é a ferradura da Fonte Nova.

“Esse é um aspecto estritamente técnico. O fato de sermos um estado com manifestações culturais riquíssimas e que, ao mesmo tempo, tem infraestrutura e tradição no recebimento de grande número de turistas, nos credencia e legitima para o pleito, e dá toda condição de fazermos uma grande festa de abertura da Copa”, pontuou.

De fato, somente no carnaval, Salvador recebe, em média, 1 milhão de visitantes. Portanto, estrutura hoteleira para comportar grandes públicos, a capital baiana já provou que tem. “Isso sem falar da proximidade cultural que existe com a África, já que Salvador é a maior cidade negra fora continente africano, e que demonstra ser local mais do que adequado para que se dê essa passagem da África para o Brasil e a América do Sul”, endossou o secretário.

Conta a favor, também, o fato de São Paulo, até então candidata natural ao pleito, apresentar impasses relacionados ao Estádio do Morumbi; vetado pela FIFA, com a justificativa de que o Comitê da cidade não conseguiu obter as garantias financeiras do projeto que havia sido aprovado pela entidade em maio.

Já o Maracanã, no Rio de Janeiro, considerado o templo do futebol nacional, é previsto para receber o jogo de encerramento do Mundial. “A escolha pela Bahia também favorece uma descentralização dos investimentos. Há uma tendência de se fazer a abertura e o encerramento no Centro-Sul, quando poderíamos fazer, muito bem, aproveitando outras regiões do Brasil, como o Nordeste, que tem o maior número de sedes”, avalia Vasconcelos.

Além de Salvador; Natal, Recife e Fortaleza — todas no Nordeste — também receberão jogos da Copa. Destas, entretanto, apenas o estádio da capital baiana está apto a atender a capacidade de assentos exigida pela FIFA para a abertura.

De Salvador,
Camila Jasmin