Domicílios-dormitórios dificultam censo no RN

A rotina atribulada de atividades das famílias contemporâneas, que passam a maior parte do dia fora de casa, seja no trabalho ou na escola, contribui para dificultar o trabalho dos recenseadores encarregados de coletar os dados para a elaboração do Censo 2010. Isso porque, em visita aos domicílios desta parcela da população, os profissionais não encontram ninguém a quem entrevistar e, por esta razão, são obrigados a retornar ao local outras vezes, atrasando o cronograma de entrevistas.

“A grande incidência de domicílios-dormitórios nas grandes cidades é, hoje, uma das principais dificuldades encontradas pelos recenseadores”, disse o chefe do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) do Rio Grande do Norte, José Aldemir Freire. Ele, que foi o entrevistado de hoje do Jornal 96, da 96 FM, contou que, em razão desta realidade, os profissionais do Censo têm tido a necessidade de trabalhar em horários alternativos, como o período noturno e os fins de semana.

Àqueles que não se sentirem confortáveis ao confiar as informações aos profissionais, o IBGE disponibiliza outra forma de responder os questionários do Censo 2010: via internet. Esta alternativa, contudo, não exclui o contato inicial com o recenseador. “Para uma pessoa responder as questões pela internet, ela precisará de um código de acesso, que é entregue pelo recenseador. A partir daí, este cidadão terá 10 dias para preencher os formulários, caso contrário, precisará de uma nova senha”, explicou.

Outra dificuldade que atrapalha do andamento do Censo 2010, segundo informa o chefe do IBGE, é a recusa de algumas pessoas em receber os recenseadores. Essa rejeição, observa ele, normalmente é identificada na população de poder aquisitivo elevado. “Segundo os nossos dados, cerca de 10% da população se nega a receber a visita do IBGE e, entre este percentual, as pessoas de classes mais altas são maioria. Este fato, por sua vez, comprova a preferência dos recenseadores por locais mais pobres, nos quais a população é mais hospitaleira”, disse.

Sobre a possibilidade desta repulsa se dar em razão do receio da população quanto a real identidade dos recenseadores, ele comentou: “Nossos profissionais vão às ruas bem identificados: de boné, colete, crachá e computador de mão. Se ainda assim alguém desconfiar, pode solicitar o número da matrícula dele, ligar para o 0800 e confirmar se este profissional é realmente quem diz ser”.

José Adelmir Freire também chamou a atenção para os danos que esta “falta de colaboração” podem acarretar. “Todos sabem que o Censo determina, entre outras coisas, os investimentos na área de saúde, educação e investimentos em cada município e, se muitas pessoas se negarem a responder, o local pode ser prejudicado”, comentou. De acordo com ele, o ato de responder ao Censo, apesar de ser uma obrigação legal, deve ser encarada pelo cidadão como um ato de cidadania e responsabilidade.

Andamento do Censo 2010 no RN
De acordo com informações divulgadas nesta segunda-feira (30) pelo IBGE, 51% dos municípios já foram recenseados no Rio Grande do Norte, com cerca de 1,7 milhão de pessoas entrevistadas. Em Natal, a parcela populacional respondeu aos questionários corresponde a 435 mil pessoas; em Mossoró, esse índice alcança 140 mil e em Parnamirim, 82 mil. De acordo com previsões do coordenador do IBGE no RN, a previsão é de que 60% dos domicílios sejam concluídos até o final de setembro.

A população que deseja acompanhar o progresso do Censo 2010 pode fazê-lo, via internet no site www.ibge.com.br.
 

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