Sousa Jr – Ceará poderá ter três Senadores da base aliada a Dilma

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Disputa no Senado - Ceará

 A pesquisa do Datafolha sobre as intenções de voto para o Senado no Ceará, publicada pelo jornal O Povo em sua edição de 28/08/10, apresenta resultados que, segundo o próprio jornal, “são motivo de alerta” para o senador Tasso. Segundo os dados do Datafolha, coletados entre os dias 24 e 25 de agosto, 52% dos eleitores ainda apontavam Tasso como o preferido, mesmo tendo uma queda de 7% em relação à primeira pesquisa, feita antes do início do horário eleitoral, em julho. Eunício Oliveira cresceu os mesmos sete pontos que Tasso perdeu e apresentou um índice de 31%, enquanto José Pimentel cresceu 3%, ficando com 27%, tecnicamente empatado com Eunício.

Mas esses índices são pouco relevantes diante da informação mais importante divulgada pelo jornal O Povo e esta sim, incomoda e muito o senador Tasso. Indagados sobre se seguiriam a indicação do presidente Lula para os dois candidatos ao Senado, nada menos do que 50% dos eleitores consultados afirmaram que sim, enquanto 24% afirmaram que “talvez”. Mais significativo ainda é o fato de 49% dos que disseram votar em Tasso terem afirmado que mudariam o voto para senador para seguir a orientação do presidente Lula, ao mesmo tempo em que 61% desses eleitores declararam votar em Dilma, dados que revelam a fragilidade dos 52% das intenções de voto no Tasso, segundo a mesma pesquisa.

Some-se a isso outros fatores que irão influenciar o voto do eleitor cearense, como o crescimento de Cid e Dilma, cujas pesquisas sinalizam para uma expressiva vitória eleitoral já no primeiro turno; o fato de que 42% dos eleitores cearenses ainda não sabem em quem votar em relação a uma das duas vagas para o senado, enquanto 20% estão indecisos em relação às duas vagas, conforme a mesma pesquisa; a militância dos chamados partidos de esquerda, que sempre conta nos últimos dias de campanha – ainda mais agora com todos unidos em torno dos dois candidatos ao senado. Tudo isso favorece à dupla apoiada por Lula, Dilma e Cid, que de quebra tem o apoio da maior coligação partidária já firmada na história moderna do Ceará, enquanto Tasso está praticamente sozinho, com um partido fragilizado, cujos prefeitos e deputados estão na base do “salve-se quem puder”.

Não será surpresa, portanto, se as próximas pesquisas apontarem um decréscimo cada vez mais acentuado nas intenções de voto no senador Tasso, na mesma medida que revelarão um crescimento de Pimentel e Eunício, tal como não é surpresa que no Amazonas, o também todo poderoso senador do PSDB, Arthur Virgílio Neto, já se encontra atrás de Vanessa Grazziotin, do PCdoB, segundo a última pesquisa divulgada. Lá no Amazonas, como aqui no Ceará e em São Paulo, além de outros estados, pela primeira vez a representação estadual no Senado poderá ser exclusivamente da base aliada, o que garantirá ao futuro governo de Dilma mais tranqüilidade para governar do que Lula teve nesses últimos oito anos.

Sousa Júnior é publicitário e assessor sindical

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