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Bancários esperam resposta da Fenaban e podem entrar em greve

A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresenta nesta quarta-feira (22) a contraproposta do setor patronal para as reivindicações dos bancários. Será a última etapa das negociações, que começaram há cerca de um mês. Após ouvirem contraproposta, bancários realizam assembleia no dia 28 para debater se realizam greve.

As principais cobranças da categoria, que tem data-base em 1º de setembro, são reajuste salarial de 11%, salário mínimo medido pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) — hoje na faixa de R$ 2 mil — e medidas para o combate ao assédio moral. Caso as reivindicações não sejam aceitas, a categoria promete entrar em greve.

Como forma de pressionar os patrões, os bancários promoveram ontem o Dia Nacional de Luta, com atos em vários pontos do país. No Distrito Federal, a manifestação ocorreu no Setor Bancário Sul, onde os sindicalistas abordaram clientes e anunciaram as reivindicações apresentadas à Fenaban em frente às agências da região. São Paulo concentrou a maior movimentação de bancários ontem. Pela manhã, cerca de seis mil trabalhadores participaram de um ato no centro da capital paulista. Além disso, 63 agências e 5 prédios administrativos atrasaram a abertura em uma hora.

A Fenaban disse considerar legítimas as passeatas e panfletagens, mas condenou o atraso nas agências, já que, segundo a entidade, as negociações ocorrem dentro do cronograma estabelecido pelas partes. “O maior problema enfrentado pela categoria é o assédio moral, causado pelo excesso de metas para obtenção de lucros”, acusou Eduardo Araújo, diretor do Sindicato dos Bancários de Brasília.

“Até o momento foram quatro rodadas de negociações, mas a Fenaban ainda não apresentou nenhuma proposta, por isso as manifestações”, declarou Marcel Barros, secretário-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf).

A proposta para os funcionários do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal será apresentada amanhã. Para atender a interesses específicos, a negociação dos dois bancos inclui aditivos à convenção coletiva.

Assembleia

Após apresentação da contraproposta, os bancários apreciarão a oferta dos patrões em assembleia marcada para 28 de setembro. O representante da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) na comissão nacional de negociação da Caixa Econômica Federal Augusto Vasconcelos, afirma que "não queremos ir à greve. Mas os patrões estão nos empurrando a este último recurso".

Augusto, que é também diretor do Sindicato dos Bancários da Bahia, pede apoio ao movimento: "a luta dos bancários extrapola o limite das questões corporativas, porque tem debatido redução dos juros, a redução das tarifas bancárias, o aumento do emprego, a redução das filas com o cumprimento da lei dos 15 minutos, entre outras pautas. Queremos apoio da sociedade".

As primeiras reuniões da Fenaban com a Contraf e a Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito (Contec) ocorreram em 11 de agosto. As negociações específicas em torno da convenção coletiva 2010/2011 tiveram início na semana de 23 de agosto. “A pauta sindical repete pedidos de anos anteriores e traz um grande número de itens já discutidos e sobre os quais não tem havido acordo entre as partes. São itens como emprego em geral, que não podem ser tratados na convenção coletiva, pois interfeririam na gestão de cada banco”, divulgou a Fenaban, em nota.

Para Augusto Vasconcelos, "é possível, sim, ter uma orientação geral da Fenaban". Augusto argumenta que várias categorias já possuem essa negociação e diz que a federação patronal poderia orientar a inclusão cláusulas nos acordos coletivos para todos os bancos. O sindicalista informa ainda que, além da pauta geral da categoria, há uma pauta por banco.  

Da redação, Luana Bonone, com Correio Braziliense