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12 mil mães por ano são presas por amamentar em público nos EUA

No momento em que líderes políticos norte-americanos bradam hipocritamente contra a repressão de mulheres em países do Oriente Médio, dentro da sua própria casa mães são punidas por exercer o direito de amamentar – nada mais natural. A luta contra a repressão é tão legítima no Oriente Médio quanto nos próprios Estados Unidos (EUA).

Quando Janet Jackson revelou – acidentalmente ou não – um mamilo na câmera durante o replay do Super Bowl, em 2004, nos Estados Unidos, provocou um escândalo de proporções gigantescas, conhecidas como Pezongate. Muitos então perceberam que este país é preconceituoso ao extremo.

Mas, se o da Jackson pode ter um viés exibicionista, o verdadeiro termômetro moral americano nos dá estes outros dados: 12 mil mulheres são detidas a cada ano por amamentarem em público seus filhos, e 30.000 por praticarem topless, em contravenção a algumas das leis contra a indecência, em vigor em vários estados dos EUA, de acordo com dados do jornal The New York Times, citado por Suzanne MacNevin, na página eletrônica Citizens for Change (Cidadãos pela Mudança, em português).

Amamentar é legal

No entanto, como referido no artigo MacNevin, "Amamentar é legal os EUA. Inclusive 20 estados promulgaram leis complementares para reafirmar explicitamente isso". Para a secertária de questões da mulher do PCdoB e dirigente da União Brasileira de Mulheres (UBM), Liége Rocha, os dados revelam "um absurdo".

Os incidentes da amamentação em público não são exclusivos nos Estados Unidos. Na Espanha, sem chegar à prisão da mãe, tem havido alguns casos notórios: em 2007, uma jovem francesa foi repreendida por amamentar o seu filho no Museo del Prado, em frente à "La Maja Desnuda", de Goya, para piorar as coisas. Um ano antes, o gerente do restaurante Txapela, em Barcelona, expulsou uma cliente por amamentar o seu bebê.

Liége considera as prisões e repreensões "atos de violência e discriminação contra mulheres que não estão comentendo nenhum tipo de atentado ao pudor ou mesmo à moral, estão exercendo apenas o direito à maternidade", e ironiza: "nos países que se dizem o supra-sumo da democracia, as mulheres não têm o direito de amamentar livremente".

Da redação, Luana Bonone, com Cuba Debate