Sem categoria

Chávez pede vitória arrasadora e campanha incentiva o voto

A três dias das eleições parlamentares de domingo (26), a Venezuela se prepara para votar, com os partidos políticos tendo até esta quinta (23), data do encerramento da campanha, para conquistar eleitores.

Na manhã da última quarta (22), entrou em funcionamento o “Plano República”, que prevê a mobilização de cerca de 250 mil soldados nos 12 mil locais de votação do país para garantir a segurança do processo eleitoral, protegendo urnas e outros equipamentos.

Além disso, no mesmo dia, começam a chegar ao país cerca de 150 de observadores internacionais – na maioria da América Latina – segundo o CNE (Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela), órgão responsável pelas eleições.  O órgão também anunciou que o primeiro boletim parcial de apuração será divulgado duas horas após o fechamento das urnas, às 18h no horário local (19h30 em Brasília).

Na eleição de 2005, a base governista conquistou a esmagadora maioria dos votos, ficando com 140 deputados em um total de 165. Na ocasião, os oposicionistas preferiram boicotar a votação. Dessa vez, cerca de 30 partidos da oposição saem reunidos na coligação Mesa da Unidade Democrática (MUD), enquanto o governo lança seus candidatos pela Aliança Patriótica, ao lado do PCV (Partido Comunista de Venezuela) e UPV (Unidade Popular Venezuelana).
 
Nos últimos dias, ambos os lados fizeram declarações garantindo que respeitarão o resultado, qualquer que seja. "Todos os que participam nas eleições, simplesmente, devem reconhecer o resultado, seja este qual for", afirmou o presidente venezuelano, Hugo Chávez, em ato transmitido por rádio e TV.

Últimos dias

Nessa última semana de campanha, o comando do governista PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela) reforçou as visitas de casa em casa, assim como encontros e comícios regionais. Ontem, o presidente Chávez saiu em carreata pelos bairros de Catia e 23 de Enero, até a Praça O’Leary, centro da capital, onde discursou para centenas de militantes. Chávez pediu aos eleitores que tenham disciplina nas eleições, para “pulverizar” a oposição nas urnas.
“No domingo, escreveremos outra página na História. Vamos demolir a contrarrevolução, mas vamos fazer com que os ‘esquálidos’ virem pó. Vamos ensinar a nova força da revolução bolivariana.”

Reeleição

O presidente disse que o governo precisa manter a maioria na Assembleia Nacional e mencionou a intenção de se reeleger em 2012.

“Temos de ganhar bem, por nocaute, porque depois vem 2011 e logo logo já é 2012. E, se Deus e a Virgem Maria quiserem, o povo venezuelano vai eleger de novo um presidente da República, e eu estou pronto para continuar com vocês”, afirmou, enquanto o público gritava “Uh-Ah! Chávez, não vá embora!”.

O governo, que atualmente possui maioria na Assembleia Legislativa, agora espera eleger no mínimo 110 deputados.  A passagem por 23 de Enero foi tumultuada, pois a população ocupou as duas pistas da principal avenida do bairro. No momento em que o carro de som de Chávez passou pelo mar de camisetas, bonés e bandeiras vermelhas, ouviram-se gritos de “comandante!”, “El pueblo pa’ Asemblea” e “Viva Chávez”. O presidente cumprimentou os eleitores, que, por sua vez, faziam sinais de reverência.

Estratégias

O CNE vem fazendo campanha para que a população compareça no domingo, pois na Venezuela o voto não é obrigatório. Ontem, no aeroporto internacional Simón Bolívar, duas funcionárias do órgão lembravam o pleito para os passageiros venezuelanos recém-chegados segurando cartazes com informações.

Segundo o chefe da campanha, Aristóbulo Isturiz – candidato pelo Distrito Federal –, mais de 2 milhões de militantes – organizados em 35 mil patrulhas e 12.471 "unidades de batalha" – já fizeram contato com 3,3 milhões de pessoas e esperam chegar a 5 milhões até hoje.

Por sua vez, a oposição também adota a estratégia de ir às casas dos eleitores pedir votos e sustenta a campanha em ataques ao governo Chávez e à Assembleia.

No total, 2.719 candidatos disputarão as preferências de 17,7 milhões de eleitores que elegerarão 165 deputados – 110 por voto nominal e 52 por listas, e três representantes indígenas, além dos 12 membros do Parlamento Latino-Americano (Parlatino).

Fonte: Opera Mundi