Farc voltam a insistir no diálogo e na busca da paz
As Forças Armadas Revolucionárias da Colombia (Farc) mantêm o reclamo de uma oportunidade para a paz, mas sem a rendição exigida pelo governo de Juan Manuel Santos. Esta foi a resposta da organização guerrilheira ao dilema apresentado pelo governo colombiano depois da morte de seu chefe militar, Jorge Briceño.
Publicado 24/09/2010 18:56
Em artigo publicado nesta sexta-feira (24) na versão digital da Resistência, do Secretariado do exército insurgente, afirmaram : “Continuamos reclamando uma oportunidade para a paz, não para a rendição como o regime pensa obstinada e estupidamente”.
No texto as Farc indicaram que a sua principal exigência já foi comunicada pelo comandante Alfonso Cano: “O único caminho é a solução política e pacífica para o conflito social e armado interno”.
Através da revista Resistência, as Farc expressaram que “sempre lamentaram a violência, e têm defendido e proposto o diálogo e a paz”.
“Acaso não foi essa a inspiração da exterminada União Patriótica? Acaso não são as mesmas as orientações democráticas, pluralistas e pacifistas do Movimento Bolivariano pela Nova Colômbia?” – indagam.
Os dirigentes das Farc também afirmaram que “não é pelo caminho do extermínio do oponente que se encontrará a paz e a reconciliação no país”.
A revista informa ainda que o Secretariado Nacional das Farc comunicará em breve “a realidade dos fatos ocorridos nas selvas do sul da Colômbia”, onde numa operação militar caíram em combate sete guerrilheiros, entre eles o comandante Jorge Briceño, conhecido como Mono Jojoy.
Em outra parte do artigo, as Farc denunciam que o povo colombiano e o mundo “observam o triunfalismo macabro e a euforia belicista dos governantes”.
Também criticaram a cobertura jornalística “na imprensa marrom do regime que noticiou o fato de maneira espalhafatosa, não para lamentar a violência e clamar pela paz, como querem os colombianos, mas para cantar uma falsa vitória e a aniquilação da insurgência”.
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As Farc reiteraram que continuarão lutando contra o governo colombiano, em face da sua “personalidade violenta e excludente” (…) Enquanto no país exista injustiça e desterrados, concentração da terra e da riqueza, bandos de narcotraficantes e paramilitares co-governando, impunidade, corrupção, pobreza extrema, falta de garantias para participar políticamente pela via pacífica e democrática, as Farc continuarão sua luta”.
Fonte: Agência Venezuelana de Notícias