Messias de Souza comemora êxito da campanha no DF
Messias de Souza, candidato do PCdoB no DF, figura na lista que o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) divulgou, esta semana, com a relação dos candidatos em campanha para deputado federal que tem chances de vencer as eleições deste ano. Segundo ele, é o reconhecimento de que a primeira fase da campanha obteve êxito: o de sair do anonimato. A tática da reta final é fazer campanha casada com 40 candidatos à Câmara Distrital (a Assembléia Legislativa do DF).
Publicado 24/09/2010 14:39

Messias é alagoano, mas vive em Brasília desde 1985. Nesses 25 anos, atuou paralelamente na área jurídica e fazendária e na militância política. Sua carreira foi composta de cargos que vão desde a Presidência Regional e membro da Direção Nacional do PCdoB e presidente da Sociedade Alagoana de Defesa dos Direitos Humanos, quando chegou na capital federal, até os mais recentes como conselheiro e membro do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB-DF, representante da União no Conselho de Administração da Terracap e assessor especial do Ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Apoiar a candidatura de Dilma Roussef à Presidência da República para avançar nas conquistas alcançadas no Governo Lula; defender a ampliação dos investimentos nas áreas de saúde, educação, segurança e transporte público; garantir recursos para a infraestrutura da Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016 e lutar pelas reformas política e tributária com justiça fiscal são as bandeiras de campanha de Messias.
Nessa entrevista ao Portal Vermelho, na reta final da campanha, em meio a uma agenda apertada de compromissos nas cidades-satélites, ele fala também sobre o dia-a-dia da campanha que o levará à Câmara Federal em janeiro de 2011 para cumprir o seu primeiro mandato legislativo e “ajudar Brasília a trilhar um novo caminho”, como diz o seu slogan.
Portal Vermelho – Essa semana saiu uma lista do DIAP fazendo o levantamento dos candidatos que tem chances de se eleger para a Câmara Federal. O nome do Sr. figura nessa lista. O que representa para o Sr. esse resultado?
Messias de Souza – Eu acho que ela representa o reconhecimento de um trabalho intenso que o Partido e os amigos vem fazendo em torno da nossa candidatura – um trabalho longo e de difusão para tirar o nome, digamos assim, do anonimato e acho que essa primeira fase foi cumprida com êxito. A avaliação do Diap reflete esse movimento, de exposição, das forças que nós reunimos em torno desse projeto muito amplo e representativo de condições de disputa.
Portal Vermelho – Superada essa primeira fase, qual a expectativa dessa fase final da campanha para alcançar o resultado desejado que é a sua eleição?
MS – A campanha está sendo trabalhando com muita intensidade na nossa tática de dobrada. Nós estamos trabalhando hoje com mais de 40 candidatos a distrital – trabalho conjunto, material conjunto. Agora o material é a 'colinha' com a chapa completa – Dilma Presidente, Agnelo Governador, Cristovam e Rollemberg senadores, o meu nome para Deputado Federal e mais os 40 candidatos a distrital.
Portal Vermelho – Qual a receptividade do eleitoral à sua campanha e seu discurso?
MS – No eleitorado das cidades satélites, a receptividade tem sido muito boa, porque a crise política do Distrito Federal desestruturou muitos esquemas conservadores tradicionais e isso permitiu que a ideia de renovação política fosse posta. Na medida em que nós tivemos tática de trabalhar com candidaturas vinculadas a essas comunidades, a interlocução entre elas – essas comunidades – e o meu nome passou a ser natural e a receptividade tem sido extraordinária. Por outro lado, na área tradicional onde eu atuo, área de opinião, nós temos galvanizado a ideia de ser candidatura representativa do meio jurídico, fazendário, que é um suporte importante na área de opinião. A junção desse dois movimentos formam uma candidatura competitiva.
Portal Vermelho – Quais as preocupações que estão sendo expostas pelo eleitorado aos candidatos? Do que eles mais reclamam?
MS – No caso de Brasília, eles mais reclamam do drama da saúde. Porque aqui, particularmente, o sistema de saúde desestruturou-se no último governo. A qualidade do atendimento na área da saúde em Brasília choca. Outros problemas estruturais – transporte e trânsito – aparecem com muita força. Além de outros tradicionais como a questão da moradia, regularização fundiária e educação.
Portal Vermelho – Qual a sua preocupação como candidato para responder e atender a população em suas demandas?
MS – Nós temos que resolver isso a partir de uma equação política que seja sensível a esses reclames. Significa a eleição de um governo comprometido com uma agenda política social, que ponha esse debate no centro das suas preocupações e resoluções. Não adianta tratar temas específicos isoladamente porque eles só serão resolvidos a partir do debate político mais geral, Não é papel do deputado resolver isoladamente os problemas da saúde.
Portal Vermelho – Como advogado e candidato, candidato em Brasília, onde o candidato a governador Joaquim Roriz tornou-se ícone da Lei da Ficha Limpa, o Sr. acompanha o julgamento do Supremo Tribunal Federal da aplicação da lei na eleições deste ano?
MS – Ai existem problemas de duas naturezas. Primeiro, porque a Lei da Ficha Limpa tem problema na origem porque o Congresso claudicou, não aprovou no tempo que deveria ter aprovado, o que leva a incertezas e interpretações díspares. Porque se de um lado você tem a justa pressão da sociedade pela moralização; por outro, tem o sacrifício de princípios jurídicos caros a cidadania, que é o problema da aplicação retroativa da lei. Esse problema é tão evidente que até a Suprema Corte dividiu-se. E apresenta um certo impasse para a sociedade. A responsabilidade maior é do próprio Congresso que formulou lei com problemas de redação, mas sobretudo a destempo, porque se tivesse aprovado no prazo de um ano, não haveria nenhuma discussão como esta que está sendo feita.
Portal Vermelho – Como você percebe a repercussão desse assunto junto ao eleitorado.
MS – Aqui há uma preocupação de toda população – da classe média e classes populares. Em todas com quem mantive contato ontem havia expectativa. Parecia torcida por fim de campeonato. Essa preocupação não é jurídica, é política, daqueles que tomam posição. Isso é o que está posto, é um debate com ótica completamente diferente daquela feita no meio jurídico.
De Brasília
Márcia Xavier