Israel permite construção de colônias e põe fim a diálogo
O governo de Israel desafiou nesta segunda-feira (27) os pedidos da comunidade internacional e permitiu a judeus extremistas recomeçar as construções nas colônias ilegais da Cisjordânia, colocando assim um ponto final na negociação direta conduzida nas últimas duas semanas com os palestinos.
Publicado 27/09/2010 17:06
Embora não tenha feito qualquer tipo de pronunciamento após o fim da moratória de 10 meses nas construções em terrenos ocupados da Cisjordânia, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, autorizou as escavadoras a reiniciarem as operações de destruição e terraplenagem nos territórios palestinos ocupados.
O congelamento das construções foi adotado em novembro de 2009 e expirou à meia-noite desta segunda-feira. Porém, o governo de Telavive se recusou a prorrogá-lo, como queria o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmud Abbas.
A mídia de Israel destacou que as máquinas já começaram a mover a terra, a partir do raiar do sol, na colônia ilegal de Ariel, na margem ocidental do rio Jordão embora a um ritmo lento, por causa das festividades hebraicas do Sukkot.
Os colonos israelense dessa localidade despertaram com o ruído das escavadeiras, que iniciaram a terraplenagem dos terrenos onde serão construídas mais de 50 novas casas, com a intenção de ampliar a colônia para o sul e para o leste, relataram as fontes.
Entretanto, a tensão prevalece em outras colônias, depois que muitos dos seus moradores, todos judeus ultra-ortodoxos, festejaram a partir da noite de ontem o fim da moratória, com cartazes e fogos.
Netanyahu repudiou a extensão do prazo de congelamento das obras, solicitado por várias razões, e ainda assim disse a Abbas que desse continuidade ao diálogo direto, embora o palestino o tivesse advertido que o fim do congelamento significaria que Israel não desejava mais dar continuidade às negociações.
O presidente da ANP declarou, desde Paris, que no dia 4 de outubro manterá consultas na cidade do Cairo com diplomatas árabes, durante reunião de emergência convocada pela Liga Árabe, e só depois anunciará sua posição definitiva sobre as negociações.
Abbas, além disso, exigiu a Netanyahu que imponha novamente a proibição de construir na Cisjordânia, e disse que "deseja continuar as negociações, mas (Israel) deve tomar uma decisão (…) a fim de criar uma atmosfera apropriada para proceder ao diálogo da paz".
Da redação, com Agência Prensa Latina