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Israel permite construção de colônias e põe fim a diálogo

O governo de Israel desafiou nesta segunda-feira (27) os pedidos da comunidade internacional e permitiu a judeus extremistas recomeçar as construções nas colônias ilegais da Cisjordânia, colocando assim um ponto final na negociação direta conduzida nas últimas duas semanas com os palestinos.

Embora não tenha feito qualquer tipo de pronunciamento após o fim da moratória de 10 meses nas construções em terrenos ocupados da Cisjordânia, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, autorizou as escavadoras a reiniciarem as operações de destruição e terraplenagem nos territórios palestinos ocupados.

O congelamento das construções foi adotado em novembro de 2009 e expirou à meia-noite desta segunda-feira. Porém, o governo de Telavive se recusou a prorrogá-lo, como queria o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmud Abbas.

A mídia de Israel destacou que as máquinas já começaram a mover a terra, a partir do raiar do sol, na colônia ilegal de Ariel, na margem ocidental do rio Jordão embora a um ritmo lento, por causa das festividades hebraicas do Sukkot.

Os colonos israelense dessa localidade despertaram com o ruído das escavadeiras, que iniciaram a terraplenagem dos terrenos onde serão construídas mais de 50 novas casas, com a intenção de ampliar a colônia para o sul e para o leste, relataram as fontes.

Entretanto, a tensão prevalece em outras colônias, depois que muitos dos seus moradores, todos judeus ultra-ortodoxos, festejaram a partir da noite de ontem o fim da moratória, com cartazes e fogos.

Netanyahu repudiou a extensão do prazo de congelamento das obras, solicitado por várias razões, e ainda assim disse a Abbas que desse continuidade ao diálogo direto, embora o palestino o tivesse advertido que o fim do congelamento significaria que Israel não desejava mais dar continuidade às negociações.

O presidente da ANP declarou, desde Paris, que no dia 4 de outubro manterá consultas na cidade do Cairo com diplomatas árabes, durante reunião de emergência convocada pela Liga Árabe, e só depois anunciará sua posição definitiva sobre as negociações.

Abbas, além disso, exigiu a Netanyahu que imponha novamente a proibição de construir na Cisjordânia, e disse que "deseja continuar as negociações, mas (Israel) deve tomar uma decisão (…) a fim de criar uma atmosfera apropriada para proceder ao diálogo da paz".

Da redação, com Agência Prensa Latina