Movimento negro realiza caminhada por igualdade em Salvador

Entidades do movimento negro baiano realizam uma caminhada na tarde desta quinta-feira (30/9), nas ruas do Centro de Salvador. A concentração começa às 15h, no Campo Grande, de onde a passeata sai em direção à Praça Municipal. Olodum, Malê de Balê, Os Negões, Muzenza, Cortejo Afro, Okambi, Afoxé Filhos do Congo, Ilê Aiê, Unegro e Coletivo de Entidades Negras estão à frente da caminhada.

O evento será aberto por representantes de religiões de matriz africana e contará com a participação de líderes políticos e com apresentações artísticas. “Neste momento de disputa política, o movimento negro não poderia deixar de levar para as ruas as suas bandeiras e demandas, deixando bem explícito de que lado está. Queremos que o Brasil siga em frente e avance ainda mais nas políticas de reparação e promoção de igualdade racial. Na Bahia, queremos também o fortalecimento da Sepromi, a criação da Secretaria estadual da Mulher, além da transposição para o Estado de todas as políticas sociais com recorte social do governo federal”, afirmou Jerônimo Silva, da direção nacional da Unegro.

A caminhada reforçará também o apoio destas entidades à campanha pela eleição de Dilma presidente, Wagner governador, Lídice e Pinheiro senadores, além dos candidatos e candidatas à Assembléia Legislativa e Câmara dos Deputadosl da coligação da “Pra Bahia Seguir em Frente”, composta (PRB, PP, PDT, PT , PSL, PHS, PSB e PCdoB.

Luta antiga

O presidente do Bloco Afro Olodum, João Jorge Santos Rodrigues, ressalta que depois de mais de 300 anos de escravidão no Brasil, o negro ainda precisa de reparação social. A luta, diz ele, "é por igualdade em todas as diversidades, por melhores escolas, atendimento à saúde, empregos, respeito. E nesse caminho o movimento reconhece que já aconteceram consideráveis mudanças".

Como símbolo de resistência e de luta será comemorado também na caminhada os 212 anos da Revolta dos Búzios. "Apesar de ser uma história passada e vivida na Bahia, é assunto nacional. A Revolta dos Búzios é a base dos direitos humanos no Brasil. Foi a primeira vez que se escreveu um documento em que se falava de oportunidades iguais no país", diz João Jorge.

De Salvador,
Eliane Costa com agências