Bancários entram em greve por tempo indeterminado

Os bancários estão em greve por tempo indeterminado a partir desta quarta-feira (29/9). No primeiro dia, o movimento fechou agências dos 26 estados e do Distrito Federal, com tendência de ampliação nos próximos dias. A paralisação foi aprovada em assembléia realizada na noite de ontem em vários estados. Em Salvador, mais de 800 trabalhadores participaram da assembléia e rejeitaram a proposta apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).

Com data base em 1º de setembro, os bancários reivindicam reajuste salarial de 11%, mas a Fenaban só oferece 4,29%. Os patrões não apresentaram também propostas aos outros itens da pauta da categoria, que inclui também maior participação nos lucros e resultados, fim das metas abusivas, do assédio moral, mais investimentos em saúde e segurança, além de melhores condições de trabalho.

“A greve está consolidada em todo o país. Os bancários não vão aceitar a proposta rebaixada de reajuste oferecida pelos patrões. Os trabalhadores conhecem a realidade dos bancos, os lucros bilionários conseguidos pelas instituições financeiras e sabem que o índice de 11% é perfeitamente viável. Em Salvador, vamos realizar uma reunião no final do dia para avaliar o primeiro dia de greve e definir as estratégias para amanhã”, afirmou o dirigente nacional da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Eduardo Navarro.

Último recurso

Os bancários estão em campanha salarial desde agosto, mas as negociações com os bancos não avançaram. “Entregamos a nossa pauta de reivindicações no início de agosto, mas os banqueiros mantiveram a postura de postergar o debate para vencer a categoria pelo cansaço. Primeiro demorou para abrir o processo negocial, depois não apresentou propostas concretas às demandas e agora, oferece apenas 4,29%, a reposição da inflação do período, de reajuste salarial. Isto é uma afronta aos bancários”, enfatiza o presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe , Emanoel Souza.

“Os bancos estão empurrando os funcionários para a greve. O setor bancário é o mais lucrativo da economia. No primeiro semestre, apenas os seis maiores bancos do país – Itaú Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil, Santander, Caixa e HSBC – ganharam juntos R$ 21,72 bilhões. A lucratividade média cresceu na mesma proporção, mas eles continuam sem querer repartir os ganhos com os trabalhadores. A categoria não pode aceitar isso e a greve é a única forma de mudar a situação”, ressaltou o presidente do Sindicato da Bahia, Euclides Fagundes.

Fagundes ressalta que o objetivo do Sindicato da Bahia é manter todas as agências bancárias do estado fechadas até que os bancos apresentem uma proposta de reajuste que atenda as necessidades dos empregados. Nesta sexta-feira, a paralisação atingiu todas as unidades do Comércio e da avenida Sete de Setembro, em Salvador, além de agências de diversos bairros da capital e cidades do interior.

De Salvador,
Eliane Costa