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PE: Eduardo Campos é reeleito e faz dois senadores

O governador Eduardo Campos (PSB) garantiu sua reeleição já no 1º turno, com uma a votação mais expressiva no país, até o momento. Com 89,91% da apuração, Campos tinha 82,45% dos votos, contra 14,30% do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), segundo na disputa. A diferença de mais de 2,6 milhões de votos entre os postulantes é considerada histórica no Estado, que votou fechado na chapa governista, elegendo também os sendores Armando Monteiro Neto (PTB) e Humberto Costa (PT).

Em terceiro lugar na disputa ao governo, o candidato Sérgio Xavier (PV) tinha, até então, 2%. Votos brancos somam 5% e nulos 11%. Pernambuco tem 6.259.850 eleitores, que representam 4,6% do eleitorado nacional. A abstenção nas urnas foi de 15%, até o momento.

Os três candidatos eleitos são esperados agora para uma grande festa no Marco Zero, no Bairro do Recife, espaço tradicional das comemorações da esquerda pernambucana. No local, foi instalado um palco para comemorar a vítória.

Embalado pelos altos índices de popularidade de sua primeira gestão no Palácio das Princesas, Eduardo Campos, já era o franco favorito, de acordo com as pesquisas. Durante a campanha, prometeu preservar os projetos de sucesso de seu primeiro governo, construiu uma ampla base de apoio (contando inclusive com membros do PSDB, partido não alinhado ao PSB) e associou fortemente sua imagem à do presidente Lula, de quem já foi articulador no Legislativo e ministro da Ciência e Tecnologia.

Com a vitória tranquila nas urnas, Campos já é apontado como um dos novos grandes líderes da esquerda no país. A derrocada de Jarbas, principal nome da oposição no Estado, por sua vez, refletiu as dificuldades em que se encontram as oposições no Estado. A dispua entre os dois postulantes teve tom de revanche, já que, em 1998, o peemedebista derrotou Miguel Arraes – avô de Eduardo – por uma diferença de 1 milhão de votos.

Trajetória

Eduardo Henrique Accioly Campos, 45 anos, entrou cedo no mundo da política: mal acabara a faculdade de economia da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) quando, em 1986, foi chamado para trabalhar na campanha do avô, então candidato do PMDB ao Palácio do Campo das Princesas.

Com Arraes eleito, Campos virou seu chefe de gabinete e, entre os trabalhos que afirma haver feito na época, está a participação na abertura, em 1987, da primeira secretaria de Ciência e Tecnologia do Nordeste e a criação da Facepe (Fundação de Amparo à Pesquisa da Região), em 1989.

Em 1990, recém-filiado ao PSB (Partido Socialista Brasileiro), Campos buscou – e conseguiu – carreira própria. Entre 1991 e 2002, ele seria eleito deputado estadual uma vez e deputado federal duas vezes por Pernambuco. Como membro do Congresso, foi autor do projeto de lei que prevê um aumento no FPM (Fundo de Participação dos Municípios) para as cidades brasileiras que possuem acervo tombado pelo IPHAN (Instituto de Patrimônio Artístico Nacional) e o que tipifica o sequestro relâmpago como crime no código penal.

Reeleito pela terceira vez para a Câmara Federal em 2003, Campos tomou posse, mas abandonou a cadeira após ser convidado pelo presidente Lula – de quem era articulador no Legislativo – para assumir o ministério da Ciência e Tecnologia, pasta que comandaria até 2005 e onde trabalhou pela aprovação da Lei de Biossegurança, que, entre outros assuntos, permite a utilização de células-tronco embrionárias para fins de pesquisa.

Figura forte no Nordeste e no Executivo Federal, Campos assumiu a presidência nacional do PSB em 2005 e, no ano seguinte, licenciado do cargo, entrou na disputa pelo governo de Pernambuco.

O cenário inicial da disputa não lhe era favorável: pesquisas de intenção de voto o mostravam em terceiro lugar na corrida eleitoral, atrás de Mendonça Filho (PFL) e do ex-ministro da Saúde Humberto Costa (PT). Campos, porém, chegou ao segundo turno e, apoiado por Lula, elegeu-se governador do Estado, derrotando o candidato do PFL.

No que se refere à opinião pública, seus quatro anos de mandato podem ser considerados exitosos. Pesquisa Datafolha divulgada em julho de 2010 destacou Campos como um dos governadores mais bem avaliados do Brasil: 62% dos entrevistados consideraram sua gestão boa ou ótima.

Entre suas realizações de governo destacam-se o crescimento do Porto de Suape (hoje um dos principais complexos portuários do país) e a redução da taxa de homicídios em Pernambuco para o menor nível desde 2007. A coligação que deu apoio ao governador reeleito, batizada Frente Popular de Pernambuco, é formada pelos partidos PCdoB, PRB, PP, PDT, PT, PTB, PSL, PSC, PR, PSDC, PHS, PTC, PSB, PRP e PTdoB.

Senado

Com 89,03% dos votos apurados, o empresário Armando Monteiro (PTB), que a princípio aparecia em terceiro lugar nas pesquisas, surpreendeu. É o mais votado, com 39,65%, conquistando a primeira vaga na Câmara Alta, com 2,7 milhões de votos. A segunda cadeira ficou com o ex-ministro da Saúde Humberto Costa (PT), com 38,57%, alcançando 2,7 milhões de votos.

A disputa marcou o declínio de um tradicional político da direita pernambucana, o atual senador Marco Maciel (DEM), ex-vice-presidente da República. Em terceiro lugar, ele tem 12,04%, com 847 mil votos. Aos 70 anos, Maciel perde agora a primeira eleição de sua vida.

Com agências

Atualizada às 21h15