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Palestinos desejam dialogar, mas pedem ações concretas a Israel

O presidente palestino Mahmoud Abbas ratificou nesta segunda-feira (4) ao enviado especial estadunidense para o Oriente Médio, George Mitchell, a vontade de continuar as negociações com Israel, mas quer que Telavive manifeste ações concretas para frear à colonização sionista.

Abbas recebeu Mitchell na sede da Autoridade Nacional Palestina (ANP), em Ramalá, cidade da ocupada Cisjordânia, e mostrou decepção pela negativa do primeiro ministro israelense, Benjamín Netanyahu, de manter paralisadas as obras nas colônias.

O encontro de Mitchell e Abbas acontece ao mesmo tempo que a Liga Árabe anuncia a transferência, de 4 para 6 de outubro próximo, de uma reunião de urgência solicitada pela ANP com o Comitê de Seguimento da Iniciativa Árabe de Paz (IAP), adotada em 2007.

O adiamento desse ocorre para que Abbas possa presenciá-lo, informou no Cairo Ahmed Eissa, porta-voz do secretário geral da Liga Árabe, Amr Moussa.

O congelamento das construções de casas para colonos israelenses durou 10 meses e terminou no último domingo, o que gerou mal-estar na liderança palestina e na comunidade internacional, particularmente entre os Estados árabes.

Os palestinos decidirão durante a reunião com os chanceleres da Liga Árabe se continuam ou não com as conversas, mas por enquanto expressaram a Mitchell sua resistência a prosseguir com esse diálogo, se Telavive não restabelecer a moratória, por ao menos outros três meses.

No entanto, Abbas enfatizou nas conversas com o emissário estadunidense que não se tratava de um ultimato, mas o fenômeno das colônias na Cisjordânia – e Jerusalém Oriental – atenta contra as negociações, sobretudo o difícil tema das fronteiras.

Netanyahu negou-se a discutir o assunto das fronteiras do futuro Estado palestino durante a segunda rodada de conversas em Sharm El-Sheikh, Egito, e pressionou para priorizar a segurança de Israel.

Além disso, naquele encontro – que teve a presença de Mitchell e da secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton – o israelense opôs-se à mobilização de uma força internacional no que seria a fronteira oriental palestina (junto à Jordânia), alegando razões de segurança.

Abbas se reunirá também com a Alta Representante da Política Exterior e de Segurança da União Europeia, Catherine Ashton, que tenta com sua presença "salvar" o diálogo de paz deste impasse.

Mitchell conversou no domingo em Telavive com Netanyahu e seu ministro de Defesa, Ehud Barak, que sem renunciar a sua posição de direita está à frente da ala mais favorável a um entendimento com a ANP, dentro da coalizão dirigente em Israel.

Fonte: Prensa Latina