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Ásia: Tendência a uma invasão estadunidense no Paquistão?

É um grande clássico desde a guerra do Vietnã: os países que servem de base aos rebeldes tornam-se alvos e suportam as conseqüências do conflito que acontece no país vizinho. Este é o caso do Paquistão, atualmente. Desde o começo de setembro as autoridades paquistanesas contabilizaram 24 ataques aéreos em seu território, causando mais de 140 mortes (90% de civis, segundo a imprensa paquistanesa).

Na opinião do jornalista Eric Margolis, as recentes alertas, em relação a um risco de atentado na Europa, teriam claramente o objetivo de justificar a estratégia do Pentágono de focar, cada vez mais, um ataque ao Paquistão.

Na semana passada, o Paquistão fechou temporariamente o itinerário do principal abastecimento dos Estados Unidos e da OTAN, que vai de Karachi à Torkham, na fronteira afegã, após o massacre de três soldados paquistaneses a partir dos helicópteros militares estadunidenses. Três comboios de abastecimento de combustível estadunidense foram queimados por supostos guerrilheiros paquistaneses.

Os Estados Unidos gastam muito dinheiro ao longo desse trajeto, para subornar os funcionários, os chefes de guerra pachtuns e alguns talibãs, para que o abastecimento das tropas no Afeganistão não seja cortado, assim como a ajuda oficial de 2 bilhões de dólares ao governo de Karachi.

As forças especiais são infiltradas no local, mas o sentimento anti-estadunidense na região está no seu auge – o que de fato favoreceu uma aproximação entre o Paquistão e o Irã. O antigo chefe de Estado maior paquistanês, o general Mirza Aslam Beg, sugeriu recentemente ao seu governo de atacar os aviões americanos que sobrevoam ilegalmente o território.

De acordo com Margolis, Washington não terá mais confiança no governo civil de Sif Ali Zardari e contará, sobretudo, com o poder militar do General Ashfaq Kayani, um general de infantaria que foi, outrora, impelido na hierarquia por Benazir Bhutto (um livro escrito por sua sobrinha, que acaba de ser publicado pela Penguin Books India, esclarece bem isso).

Esta política ainda poderia concretizar-se, em caso de vitória dos Republicanos nas eleições do Congresso. Os neoconservadores estadunidenses continuam sugerindo a eliminação do arsenal nuclear paquistanês, pelas forças especiais e a divisão, não somente do Afeganistão, como também do Paquistão, em entidades étnicas, de modo que os Estados Unidos pudessem controlar, mais facilmente, como eles quiseram fazer no Iraque.

Fonte: Aatlasalternatif.over-blog.com