Fábio Tokarski explica as injustiças que sofreu durante campanha
O Presidente do PCdoB de Goiás, Fábio Tokarski foi candidato a deputado federal nestas eleições e durante a campanha eleitoral teve, injustamente, seu pedido de registro negado. Abaixo, carta explicativa assinada por ele.
Publicado 08/10/2010 16:40 | Editado 04/03/2020 16:43
Na terça-feira, dia 05/10, divulguei no meu site (www.fabiotokarski.com.br) carta intitulada A luta continua, na qual agradeci os 35.646 votos que obtive e os apoios recebidos na eleição do dia 3 de outubro, o que me colocou em 7º lugar na coligação da qual faço parte – Goiás Rumo ao Futuro – PT, PMDB e PCdoB.
Na oportunidade informei ainda que os votos estão sub judice, tendo em vista que tive o registro da minha candidatura indeferido pela Justiça Eleitoral e que recorri de tal decisão ao Supremo Tribunal Federal – STF, de onde aguardo o julgamento de recurso apresentado. Escute aqui julgamento no TSE.
Durante a campanha eleitoral, publicamos nota no site da campanha explicando que o Tribunal Regional Eleitoral de Goiás – TRE/GO agiu com dois pesos e duas medidas não acatando a minha candidatura (tendo em vista um erro formal cometido na eleição de 2006). Apesar disso, fui surpreendido com notícia totalmente equivocada sobre o recurso que protocolei no STF difundida pelo Tribunal Superior Eleitoral – TSE, através de sua agência de notícias.
A informação foi veiculada no dia 30 de setembro, a partir das 17h45, ou seja, a mais de 72 horas do início das votações. Isto é, justamente no momento em que o (a) eleitor(a) preparava-se para definir os candidatos de sua preferência. Tendo em vista o grande poder de propagação de informações na internet, uma calúnia foi difundida prejudicando de forma irreparável minha eleição.
Segundo a notícia vinculada pelo TSE “[…] candidatos protocolaram recursos ao STF contra a decisão do TSE. […] Maria de Lourdes Abadia e Fábio Tokarski, também questionaram as decisões que negaram seus registros, sendo que estes se tornaram inelegíveis pela prática de captação ilícita de sufrágio, conhecida como compra de votos (grifo meu). Leia na íntegra.
Como já divulguei e esclareci durante a campanha, houve um erro formal na prestação de contas de minha campanha em 2006 que representou 2,6% dos recursos gastos na campanha, ou 3,5%, conforme injusta e dúbia decisão dos juízes eleitorais. Mas a justiça entendeu que foi captação irregular de recursos e por conta deste erro, em 2007 fui penalizado injustamente com a perda do diploma de suplente de deputado federal, conquistado no pleito de 2006.
Em 2008, o TRE/GO me deu certidão de que estava quite com a justiça eleitoral, não havendo nenhuma irregularidade. É preciso lembrar que naquele ano me candidatei e fui eleito vereador por Goiânia com 6.705 votos. Fui diplomado pela justiça eleitoral, tomei posse e passei a exercer o mandato a serviço da sociedade goianiense. Agora quase cinco anos depois do acontecido em 2006, querem me punir pela segunda vez pelo mesmo erro formal, com base em uma lei recente, de junho de 2010.
Se não bastasse todo esse processo que enfrentei por ter a consciência e as mãos limpas, e graças ao apoio e a confiança de minha família, camaradas de partidos, amigos e amigas, e principalmente do eleitor (a) com quem conversei todos esses dias, mostrando documentos, apresentando argumentos, ocorre mais esse fato, que além de lamentável, se configura como deturpador do processo eleitoral, e influenciou equivocadamente o eleitor (a).
A demonstração da influência nociva que provocou a noticia do TSE é bem dimensionada no email que recebi de uma eleitora de Goiânia, funcionária da procuradoria do trabalho. De acordo com ela, cujo nome não apresento para não lhe criar nenhum tipo de constrangimento: “não votei no senhor desta vez porque tive conhecimento de que o TSE considerou-o inelegível por prática de captação ilícita de sufrágio” (grifo meu).
A notícia absurda divulgada pelo TSE, demonstrando que não se trata apenas de um simples “equívoco”, como poderíamos imaginar, foi veiculada novamente no dia 02/10, na véspera da eleição, agora na matéria Decisões do plenário do TSE sobre Ficha Limpa permitem julgamento mais célere dos recursos. Novamente ocorre a insistência de me atribuir um crime que jamais cometi. Leia na íntegra.
Pensado que os absurdos cessassem aí, mais uma vez, alertado por amigos, constatei que o ditado popular tem razão ao afirmar que uma mentira contada muitas vezes visa se tornar “verdade”. Agora foi o site do Supremo Tribunal Federal, corte máxima do país que passou a me imputar um crime absurdo. Na matéria da segunda-feira, 04/10/2010 intitulada Recurso de político goiano que teve registro de candidatura negado chega ao Supremo, é afirmado: ”O Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu Recurso Extraordinário (RE 630912) de Fábio Tokarski, que concorreu ao cargo de deputado federal pelo estado de Goiás. Ele contesta ato do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o considerou inelegível, ao manter o indeferimento do pedido de registro de sua candidatura em razão de suposta prática de captação ilícita de sufrágio, mais conhecida como compra de votos (grifo meu). Leia na íntegra.
Diante de tais absurdos, agora cometidos pela justiça eleitoral, e pela corte máxima do país, que em tese deveria ser guardiã da Lei e do Estado Democrático de Direito, continuo de consciência e mãos limpas e permanecerei lutando pelos meus direitos políticos que estão sendo cerceados. Não me calarei, levarei essa denuncia e exigirei reparação nas instâncias recorríveis.
Sou filiado há 30 anos no mesmo partido, lutei contra a ditadura, nunca me calei e não posso aceitar agora essa nova perseguição. Seguirei adiante. Nunca me envolvi em escândalos políticos, e agora estou sendo vítima de uma campanha injusta que visa me desmoralizar e mais, influenciar a vontade do eleitor (a) que viu na nossa campanha para deputado federal, uma possibilidade de renovação da Câmara dos Deputados, bem como a defesa do desenvolvimento e da distribuição de renda para o povo goiano.
Fábio Tokarski,
Vereador e presidente do PCdoB-GO