Pesquisa interna GPP é divulgada após "conselhos" de Beto Richa
Uma das maiores preocupações da oposição tem sido frear a debandada de aliados que, impressionados com pesquisas que apontam vitória de Dilma, começaram a abandonar a canoa furada de Serra. Para remediar o estrago, o próprio presidenciável foi consultar o governador eleito do Paraná, Beto Richa (PSDB), para saber como lidar com a situação. A campanha de Richa, no primeiro turno, conseguiu censurar sucessivas pesquisas que mostravam avanço do adversário de Richa, Osmar Dias (PDT).
Publicado 26/10/2010 19:35
Richa disse a Serra que a estratégia de esconder as pesquisas foi decidida pelo comando da campanha na área de comunicação em conjunto com a área jurídica e tinha como objetivo estancar a perda de aliados. O preço pago pela decisão foi a perda de votos de eleitores incomodados com a censura, mas os votos perdidos não foram suficientes para impedir a vitória do tucano no primeiro turno com 52% dos votos.
A partir da conversa com Beto Richa, Serra descartou a hipótese de tentar censurar os levantamentos, mas surgiu a idéia de colocar na praça números mais favoráveis ao tucano. Para isso, a oposição recorreu ao desconhecido instituto GPP, fundado em 1991, e que atua preferencialmente no ramo de pesquisas empresariais. O GPP é ligado ao ex-prefeito do Rio, Cesar Maia (DEM).
Para poder ser divulgada, a pesquisa GPP teve que ser registrada na Justiça Eleitoral. O registro foi feito em nome do próprio candidadto a vice na chapa de Serra, deputado Índio da Costa (DEM-RJ).
Trata-se de uma pesquisa interna realizada entre os dias 23 e 25 deste mês. Segundo o levantamento, contando apenas os votos válidos, Dilma Rousseff (PT) tem 53,1% contra 46,8% de José Serra (PSDB). A margem de erro é de 1,8 ponto para mais ou para menos.
A pesquisa foi protocolada no TSE com o número 37219/2010.