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Observadores advertem sobre tensão no Líbano

O temor de um conflito violento no Líbano cresce de forma proporcional às tensões políticas advindas de processo que tramita no Tribunal Especial para o Líbano (TEL) relativo ao assassinato, em 2005, do ex-primeiro ministro Rafiq Hariri. O alerta foi feito na Rádio Pública Nacional por observadores políticos que acompanham o caso.

A avaliação foi difundida hoje (27) pela emissora em forma de alerta sobre o fato de que as tensões entre sunitas e xiitas podem resultar num confronto sectário de dimensões semelhantes à guerra libanesa (1975-1990).

A situação política se polarizou logo que se tornaram conhecidos informes extra-oficiais de que juízes do TEL pretendem imputar a membros do movimento de resistência xiita Hezbollah (Partido de Deus) sua presumida relação como o atentado perpetrado em 14 de fevereiro de 2005. A explosão de um carro-bomba no centro de Beirut custou a vida do ex-chefe do governo sunita e outras 22 pessoas.

Segundo a mídia local, o Tribunal prevê para o final deste ano formalizar as acusações contra os militantes do Hezbollah, grupo que encabeça a oposição parlamentar do país e que mantém sob seu controle um significativo arsenal bélico.

O secretário-geral do Partido de Deus, Sayyed Hassan Nasralah, e outros líderes da organização rechaçaram qualquer intenção de processar seus membros e advertiram que uma ação nesse sentido poderia romper com a frágil harmonia do governo.

O Hezbollah tem dois ministros dentro do Executivo do primeiro ministro Saad Hariri, filho do ex-governante morto e que há um mês reconheceu que havia cometido um erro ao envolver a Síria na morte do seu progenitor, ao deixar-se levar por motivos políticos.

Enquanto para alguns libaneses a situação entre sunitas e xiitas se assemelhe a um “vulcão prestes a entrar em erupção”, a NPR apontou que amigos do Líbano no Oriente Médio e no Ocidente empreendem intensas conversações diplomáticas para impedir a volta da violência.

O principal problema – apontou a emissora – é que a maioria dos sunitas crê que “alguém deve pagar pela morte de seu popular primeiro-ministro” e, agora, confessam ter medo de o julgamento de homens do Hezbollah desencadeie um a guerra incontrolável.

Da redação, com Prensa Latina