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Com 100 mortos, México tem uma das semanas mais violentas do ano

Com aproximadamente 100 mortes, o México passou por uma das semanas mais violentas do ano, informaram meios de comunicação locais. Na maioria dos casos, os crimes estão relacionados ao narcotráfico.

Os assassinatos, porém, não acontecem apenas nos estados próximos à fronteira com os Estados Unidos – que fazem parte da rota dos cartéis da droga – mas também na capital, Cidade do México, que até então não tinha um alto índice de criminalidade.

A emboscada em que nove policiais morreram nesta sexta-feira (29/10) em Jalisco aconteceu horas após o assassinato de seis jovens na Cidade do México. Na quarta-feira, 15 jovens foram assassinados na cidade de Tepic, no estado de Nayarit, em um ataque feito por pessoas armadas contra um lava-jato. No sábado passado, 13 jovens morreram e outros oito ficaram feridos Ciudad Juárez, a mais violenta do México, quando um comando armado invadiu uma festa e disparou indiscriminadamente.

Após esses acontecimentos, o Escritório do Alto Comissionado das Nações Unidas para os Direitos Humanos no México (ONU-DH) pediu que as autoridades "reforcem os esforços e adotem medidas eficazes para garantir a tranquilidade dos cidadãos”.

Estratégia

Desde 2006, quando o presidente Felipe Calderón assumiu o cargo, 28 mil pessoas morreram no país por conta da violência ligada ao tráfico. Destes, 1,2 mil tinham menos de 18 anos.

O embaixador do México em Londres, Eduardo Medina Mora, afirma que o problema não começou em 2006, e que o governo continua fazendo esforços para tentar solucionar o problema. "Estabelecer a institucionalidade é um esforço que dá frutos a longo prazo”, disse o embaixador, ex-procurador geral da república, em entrevista à BBC.

Segundo ele, cobra-se mais do que deveria de Calderón, que "foi eleito presidente da República Federal, não prefeito de Ciudad Juárez, ou de Tijuana. Ou seja, não pode se ocupar do que é responsabilidade de outras autoridades".

A estratégia oficial, entretanto, tem sido criticada por organizações civis mexicanas que alegam que o exército mexicano tem matado inocentes, muitos deles jovens, e que o governo tenta se eximir da responsabilidade das mortes argumentando que são criminosos. Segundo dados oficiais, a maioria das vítimas do tráfico de drogas são matadores profissionais (90%), policiais e militares (5%) e os demais são civis (5%).

Outra queixa dos mexicanos é que o impacto da violência não é apenas o número de mortos. Em Ciudad Juárez, por exemplo, que faz fronteira com El Paso, no Texas, o alto índice de criminalidade já provocou o fechamento de empresas e fez com que cerca de 230 mil pessoas emigrassem para os EUA ou voltassem para suas cidades de origem. Por isso, pedem ao presidente Calderón que estude uma nova estratégia de segurança e de combate à violência.

Fonte: Efe