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PSB diz que espera poder ajudar Dilma e sugere volta da CPMF

Os socialistas reunidos nesta quinta-feira (4) em Brasília para avaliar o resultado das eleições, adiantaram que vão esperar a presidente eleita Dilma Rousseff se manifestar sobre qual a ajuda que espera receber do Partido, sem cobrar ministérios. Os seis governadores eleitos pelos PSB também confirmaram a ideia de que o novo governo deve estudar uma fonte de financiamento para a saúde, como a recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

"É um sacrificiozinho muito pequeno para cada brasileiro em nome de um grande número de brasileiros que precisa dos serviços de saúde e precisa que esses serviços sejam de qualidade", disse o governador eleito do Ceará, Cid Gomes.

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Além dos membros da Executiva Nacional e dos governadores, participam da reunião os deputados e senadores eleitos e reeleitos do Partido. Além dos seis governadores (AP, PI, CE, PB, PE e ES), o PSB elegeu 35 deputados federais e 4 senadores.

“Será um importante momento para avaliarmos todo o êxito alcançado tanto em primeiro quanto em segundo turno nas eleições deste ano”, afirmou o primeiro secretário Nacional do PSB, Carlos Siqueira.

O presidente nacional do PSB e governador reeleito de Pernambuco, Eduardo Campos, também reclamou da falta de recursos para a saúde". "Essa é uma questão que está na ordem do dia. Se precisar ser em parte ou totalmente a CPMF, vamos fazer isso, porque depois que baixou a CPMF não vi cair o preço de nada", disse Eduardo Campos.

"Saúde hoje é grave questão nas contas dos municípios e dos Estados. Temos recebido diária para UTI de R$500. Em Pernambuco só conseguimos contratar por algo em torno de R$1.400", exemplificou o governador. "É uma questão do mundo real", completou Campos, destacando que o subfinanciamento do setor chega a R$51 bilhões.

O senador Renato Casagrande, eleito governador do Espírito Santo, defendeu a criação de novos tributos dentro da discussão da reforma tributária. "Porque você onera de um lado e desonera de outro", explicou. "É uma questão para nós governadores, prefeitos da população brasileira, que a gente tenha mais recurso para saúde. Temos de ver alternativas. Que precisamos de mais recursos para saúde é um fato", disse Casagrande.

A presidente eleita Dilma Rousseff declarou, em entrevista coletiva à imprensa, que não pretendia enviar ao Congresso Nacional projeto de recriação da CPMF, mas reconhecia a mobilização dos governadores nesse sentido. "Não pretendo enviar um projeto de recomposição da CPMF. Mas tenho visto uma mobilização de governadores nessa direção", disse a presidente eleita.

Sem constrangimentos, com naturalidade

Os dirigentes do PSB não quiseram falar sobre a participação da legenda em ministérios do governo da presidente eleita Dilma Rousseff. Atualmente o partido dirige o ministério dos Portos e de Ciência e Tecnologia. Segundo Eduardo Campos, “essas coisas serão definidas quando a presidente voltar de viagem que está fazendo".

Ele disse que cabe à presidente eleita "montar uma equipe que tenha identidade" com o estilo de trabalho dela. "Interesse do PSB é ajudar a Dilma. Não queremos constranger com indicações, exigências. Temos confiança nela", completou Eduardo Campos. "Nunca fomos de constranger para trocar apoio político por esse ou aquele cargo. Quando ela achar o tempo devido, vai chamar o PSB e dizer onde quer que a
gente participe", disse.

Casagrande disse que as conversas devem ter outra direção. Ao invés de discutir-se quais as pastas que o PSB quer, primeiro Dilma deve dizer em quais setores o PSB pode dar maior contribuição.

"A presidente Dilma tem que imaginar cenário que lhe dê sustentação política. Nosso objetivo é dar sustentação, mostrar eficiência do PSB e com naturalidade vamos debater participação do PSB no governo", disse. "Temos que ver onde o PSB pode contribuir mais na visão da presidente, temos que inverter essa discussão", completou Casagrande.

O deputado federal reeleito Valtemir Pereira, presidente do PSB em Mato Grosso, ao contrário dos colegas, disse claramente quais os órgãos de interesse do partido. "Em primeiro lugar, por ordem de interesses, Cidades, depois Integração Nacional, Ciência e Tecnologia e por último BNDES", elencou.

De Brasília
Com agências