Sem categoria

Na Ásia, Obama busca mercados e tenta reforçar a própria imagem

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, começa neste sábado (6) uma viagem pela Ásia, onde buscará aumentar a influência de seu país na região e reforçar sua própria imagem após a derrota nas eleições legislativas.

O presidente chegará no sábado à Índia, a primeira etapa de uma viagem de dez dias que o levará também à Indonésia, Coreia do Sul — para participar da cúpula do Grupo dos Vinte (G20, que reúne os países ricos e principais emergentes) — e Japão, onde discursará na cúpula da Apec (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico).

Durante a viagem, Obama não poderá perder de vista a situação em Washington — onde os republicanos se preparam para controlar a Câmara de Representantes. O porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, já disse que aproveitará a oportunidade para estudar possíveis incorporações à equipe de governo.

Mercados

A viagem procura "abrir mercados para que possamos vender nossos produtos na Ásia, em alguns dos mercados de maior crescimento no mundo, para que possamos criar empregos aqui nos Estados Unidos", disse Obama, ao mudar ligeiramente o foco de atenção e dirigir suas palavras aos republicanos.

Fora de seu país, Obama terá que convencer os líderes estrangeiros de que mantém sua força como presidente. Em todo caso, a Casa Branca insiste em que o pleito de terça-feira (2) não terá impacto na política externa desenvolvida por Obama.

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Mike Hammer, declarou que "não há razão para se preocupar com a capacidade do presidente para continuar uma agenda muito firme de implicação" com o resto dos países.

Índia e Indonésia

Na Índia, a primeira etapa de sua viagem, Obama deve reforçar seus contatos com empresários, para aumentar as relações comerciais com um parceiro que, apesar de seus bilhões de consumidores, é apenas o 14º em volume de troca com os EUA.

O acordo de cooperação nuclear entre os dois países, as situações no Afeganistão e no Paquistão e o programa nuclear iraniano serão outros dos assuntos que o chefe do imperialismo estadunidense abordará com as autoridades indianas durante sua visita a esse país, onde permanecerá por três dias.

Aproveitando a visita, os partidos comunistas e de esquerda do país convocaram, para o próximo dia 8, uma jornada nacional de protesto.

“Os EUA, como parte dos seus desígnios hegemônicos globais, pretendem impor políticas lesivas da soberania nacional e dos interesses dos povos de muitos países”, diz o manifesto subscrito por quatro formações políticas, entre as quais o PCI e o PCI(M).

Leia também

Na Indonésia, Obama deve visitar a mesquita Istiqlal, a maior do país, e oferecer um discurso para a comunidade muçulmana, a fim de reforçar os laços com o mundo islâmico, tal como fez no Cairo em 2009.

Reunião G20

A terceira etapa de sua viagem será na capital sul-coreana, para participar da cúpula do G20. Em Seul, Obama terá uma reunião bilateral com o presidente da China, Hu Jintao, para tratar sobre direitos humanos, os programas nucleares do Irã e Coreia do Norte e a cotação do Iuan, entre outros assuntos.

Na reunião, Obama pressionará outras economias, como a Alemanha e a própria China, para que impulsionem a demanda interna e diminuam sua dependência das exportações, a fim de contribuir para a redução dos "desequilíbrios excessivos" na economia global.

Obama concluirá sua viagem em Yoklohama (Japão), onde participará da cúpula do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), novamente com a prioridade de abrir as economias da região aos produtos dos EUA. Após aproveitar o fórum para realizar uma reunião com seu colega russo, Dmitri Medvedev, o presidente americano retornará a Washington, antes do início da última rodada de sessões desta legislatura, quando os democratas buscarão aprovar uma série de medidas antes de entregar o comando da Câmara de Representantes.

Da redação, com informações das agências