EUA e Inglaterra se opõe em controle de conteúdo da mídia

Por Dayanne Sousa

Os governos do Reino Unido e dos Estados Unidos deixaram claras duas ideologias opostas sobre o controle de conteúdo da mídia. Representantes do setor das duas nações palestraram nesta quarta (10) no Seminário Internacional das Comunicações Eletrônicas e Convergência de Mídias, em Brasília.

A americana Susan Ness, pesquisadora e ex-membro da Comissão Federal de Comunicações dos Estados Unidos, afirmou que no seu país "a tradição de liberdade de expressão faz com que o governo não imponha censuras". Não há medidas para conteúdo, com exceção de regra que impede programas obscenos em horários que crianças estejam acordadas.

Já o representante do Reino Unido defendeu a necessidade de o governo "defender interesses do cidadão". Vincent Affleck, diretor internacional do Office of Communications (Ofcom) para a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), afirmou que "o interesse público não é coberto pelas forças de mercado e de concorrência". Ele destacou ainda que os reguladores de conteúdo levam em conta a imparcialidade de reportagens no rádio e na TV. Os meios impressos e a internet não são sujeitos à regulamentação.

Apesar da diferença marcada, os dois relataram dificuldades com a implementação de leis sobre comunicação, por causa da resistência de empresários. "As regras têm sido questionadas por empresas em tribunal e, a cada ano, é preciso ser revisado", relatou a americana Susan ao considerar que essa reação é positiva porque evita censura. "Não dá para satisfazer todas as áreas da mídia, mas acreditamos no que estabelecemos e isso tem sido aceito como o mínimo necessário", ressaltou Affleck.

Fonte Terra