Partidos iraquianos montam governo, após 8 meses de impasse
Encerrando um longo impasse, os principais blocos políticos do Iraque fecharam, nesta quinta-feira (11), um acordo para a formação do governo. A disputa pela divisão dos espaços políticos persistia desde as eleições realizadas oito meses atrás.
Publicado 11/11/2010 11:37
Segundo o presidente da região curda iraquiana, Masoud Barzani, os chefes dos blocos políticos acordaram celebrar a sessão do Parlamento nesta quinta-feira e também a distribuição das três presidências – do país, do governo e do Parlamento.
Esta é a primeira confirmação oficial sobre a repartição dos três principais postos políticos do Iraque realizada por um líder político que não pertence à aliança dirigida pelo primeiro-ministro em fim de mandato Nouri al-Maliki, que pelo acordo continuará em seu posto.
Barzani explicou que a chefia do Estado foi outorgada aos curdos, a de governo a Nouri al-Maliki e a do parlamento à aliança Al Iraqiya, liderada pelo ex-primeiro-ministro Ayad Allawi, e que foi a vencedora do último pleito.
Informações anteriores indicaram que a Presidência da República, com poucas funções executivas, continuará nas mãos do dirigente curdo Jalal Talabani.
Al Iraqiya, o partido vencedor da eleição de 7 de março, liderará ainda o novo Conselho Nacional para as Políticas Estratégicas, que receberá várias prerrogativas do primeiro-ministro, segundo fontes ligadas ao processo político.
Até o momento, a aliança de Allawi não se pronunciou sobre a divisão dos principais poderes, e para as próximas horas anunciou uma reunião prévia à sessão do Parlamento.
O acordo entre os blocos políticos determina que os nomes dos ministros do Executivo serão conhecidos em um prazo de 30 dias. O Iraque tem permanecido mergulhado na violência desde a invasão militar estadunidense de março de 2003, mas o panorama nacional agravou-se nesses oito meses depois das eleições legislativas, por registrar o mais longo período de vazio político de sua história.
As nomeações para os principais cargos do país ficaram pendentes desde o pleito de 7 de março, quando nenhuma das forças políticas obteve as cadeiras necessárias para governar sozinho. Desde então, a Assembleia só se reuniu em uma ocasião, por 20 minutos, em 14 de junho. Sem parlamento, o país não aprovou ou promulgou nenhuma lei sequer nesses mais de 240 dias.
Com agências