Teorias divergentes marcam debate sobre mudanças climáticas
A segunda mesa-redonda do Seminário Internacional de Mudanças Climáticas, que acontece em Brasília, coordenada pelo ex-deputado federal Aldo Arantes, aprofundou o debate sobre os fundamentos científicos das mudanças climáticas. O professor Luiz Carlos Molion, membro do grupo gestor da comissão de climatologia da organização meteorológica mundial, representando a América do Sul, abriu uma divergência ao afirmar que “o carbono emitido pelo homem é insignificante diante das fontes naturais”.
Publicado 12/11/2010 14:25
Defensor de uma das teorias céticas com relação ao aquecimento global, Molion afirmou que as variações do clima são naturais e que o gás carbônico não controla o clima global.
Debate sobre clima inclui desenvolvimento econômico e social
Ele disse que as mudanças globais são naturais e, ao contrário do que pregam os cientistas do IPCC (sigla inglesa para Painel Intergovernamental sobre as Mudanças do Clima), a Terra está esfriando e não aquecendo. Isso acontece, segundo Molion, devido à perda de atividade do sol e ao resfriamento dos oceanos.
O professor da UFRJ e coordenador do Centro de Estudos Integrados sobre Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Emilio Lèbre La Rovere, como seu antecessor no debate, afirma existir divergências, mas também convergências.
Benefícios e vantagens
Ele destacou que houve, na segunda metade do século 20, aumento de fenômenos catastróficos ligados ao clima. E que há uma série de benefícios na luta contra o aquecimento global e inúmeras vantagens com o cuidado ambiental.
Luis Fernandes, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), defendeu o livre debate para o avanço do conhecimento e disse que o grande desafio do método é a sua negação. Referindo-se também ao primeiro debatedor, Luiz Carlos Molion, afirmou que há mais divergências entre as teorias céticas do que dos céticos com o IPCC.
Ele destacou que existe entre alguns teóricos uma espécie de discurso neocolonial de que os países ricos usaram exaustivamente os recursos e agora que começam a perder espaço econômico querem tolher a possibilidade de expansão dos países em desenvolvimento. “Uma espécie de conspiração entre os países e os cientistas do IPCC”, brincou.
Após o momento de descontração, Fernandes reforçou que não é possível aceitar que a justa preocupação com o desenvolvimento sustentável e o meio ambiente seja manipulada para negar direito ao desenvolvimento dos países que foram subjugados ao longo dos anos.
De Brasília
Com informações da Assessoria de Comunicação Século