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Atividades do Mês da Consciência Negra reforçam conquistas

A semana que começa hoje é de festa para a comunidade negra. Em todo o Brasil se comemora a Semana da Consciência Negra, que culmina com a celebração do Dia de Zumbi dos Palmares no dia 20 de novembro. A data é dedicada à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira e lembra a morte do personagem que se tornou uma lenda por sua resistência à escravidão: Zumbi dos Palmares.

Para comemorar as diversas iniciativas governamentais que ampliaram e fortaleceram as políticas para a igualdade racial e de gênero, a Secretaria de Promoção da Igualdade do Governo da Bahia lançou a campanha “Novembro Negro”. A medida chama a atenção para os avanços e conquistas, no estado onde se concentra a maior população negra da América do Sul.

Nas peças gráficas que estão no ar, imagens de pessoas negras, num plano de fundo com paisagens abertas e a utilização da cor sépia, levam a mensagem: “Combate ao racismo e promoção da igualdade. A Bahia vai continuar seguindo esse caminho”.

No filme, produzido para a segunda fase que entrará no ar na semana comemorativa à data, a atuação de personagens negros andando por diversas estradas, reforçará o apelo da campanha de que a Bahia está percorrendo grandes caminhos para fortalecer o seu compromisso na busca pela igualdade. A campanha é composta por outdoor, anúncio, internet, TV e rádio.

Em Maringá (PR), a semana será marcada pelo 2º Festival Afro-Brasileiro, que reúne eventos organizados por várias entidades, realizadas com o apoio da Assessoria da Igualdade Racial (órgão da Prefeitura) e da Associação Comercial e Industrial de Maringá (Acim). As atividades vão de concurso de dança de rua a exposições, passando por peças de teatro, jantar-show, dança e apresentações de capoeira.

Para a professora Maria Verginia Gonçalves dos Santos, coordenadora do projeto Abrindo Gavetas, a realização dessa série de eventos e da Semana da Consciência Negra é importante para mostrar a cultura africana e afro-brasileira. "É uma cultura que sempre existiu, embora esteja camuflada e ninguém dê valor", diz.

Verginia diz que hoje a cidade vê um número crescente de entidades trabalhando pela causa da consciência negra. São pelo menos oito, numa situação que ela considera um avanço e que representa uma força maior na luta pelos direitos dos afro-descendentes.

A professora também destacou a Lei 10639/2003, que torna obrigatório o ensino da cultura afro-brasileira nas escolas. "No governo Lula tivemos muita abertura para isso e as escolas estão trabalhando. É uma verdadeira reviravolta na história e uma valorização da cultura negra, pois mostra que não existe mais apenas a visão europeia."

Pluricultural

Para Paulo Bahia, coordenador do Centro Cultural Jhamayka, a realização desses eventos é importante para formar uma sociedade pluricultural e preservar a cultura afro-brasileira em Maringá e região. "Essas manifestações são importantes também para cumprir a Lei do Estatuto Racial, para celebrar Zumbi dos Palmares e discutir a quebra da discriminação", diz.

Paulo Bahia destacou, em especial, o papel desses eventos na discussão do preconceito e da discriminação. Ele citou como um avanço o fato de que hoje o negro está na propaganda, inclusive em outdoors, "o que era raro até há bem pouco tempo."

"As pessoas só vão respeitar as diferença quando conhecerem o outro, sua cultura, a culinária, a sua vida", diz. "As crianças estão crescendo tendo orgulho da cor negra da pele." Para Bahia, essa é a importância de se realizar eventos como o dessa semana e da cidade ter um Festival Afro-Brasileiro instituído em lei. "A gente sabe que o preconceito e o racismo existe, mas as pessoas vão verificando que é possível mudar."

No Brasil o “Dia da Consciência Negra” é celebrado desde a década de 1960.

Da Redação, com agências