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Sarney descarta megabloco no Senado; PT ainda avalia decisão

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), negou que o mesma manobra política do PMDB, que montou um megabloco de deputados na Câmara dos Deputados, vá se repetir no Senado. "Acho que aqui não temos em vista, pelo menos até agora ninguém tratou desse assunto, de fazer bloco nenhum", disse Sarney, na manhã desta quarta-feira (17), ao chegar ao Senado. O PT ainda avalia a formação do bloco.

Na Câmara, a união entre PMDB, PP, PR, PTB e PSC formará um bloco de 202 parlamentares, maior que a bancada do PT até então a maior da Casa com 88 deputados.

Sarney defendeu o colega de Partido, presidente da Câmara e vice-presidente eleito, Michel Temer (SP), das especulações da mídia de que o "blocão" ameaça as pretensões do PT de dividir o comando da Câmara e do Senado com o PMDB, e ainda obrigará a presidente eleita, Dilma Rousseff, a negociar com o grupo para aprovar projetos de interesse do governo.

Ele disse que a prioridade de Temer neste momento é atuar como integrante do grupo de transição do governo. "No momento ele está acumulando essas funções e evidentemente, algumas vezes, elas interferem uma na outra, mas não é esse o desejo dele", disse.

Além de presidir a Câmara e ser vice-presidente eleito, Temer também acumula o cargo de presidente do PMDB.

Sem burlas

O líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), alertou que o objetivo do bloco não pode ser o de "burlar" o resultado das últimas eleições ao se referir à proporcionalidade partidária para a eleição da nova presidência da Câmara no ano que vem.

"Na Câmara esses movimentos são normais e tudo que é feito dentro do limite constitucional é permitido. Se a finalidade da formação do bloco for defender as posições políticas desse grupo de deputados, é muito bom. Mas se é para burlar o resultado eleitoral, não é bom. Temos que ter muita tranquilidade porque a eleição para a presidência da Casa vai ser em 1º de fevereiro e até lá tem muita água para rolar debaixo da ponte", afirmou.

Vaccarezza disse não acreditar que se trate de um movimento para isolar o PT. O partido, afirmou, deverá discutir em breve as consequências da formação desse bloco – que foi anunciado pelos líderes do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), e do PR, Sandro Mabel (GO).

"A questão da Presidência da Câmara será trabalhada no PT de maneira a não gerar nenhum problema na base de apoio à presidente Dilma e, sobretudo, com o PMDB", enfatizou.

Já o líder do PT na Câmara, deputado Fernando Ferro (PE), acredita que a formação do bloco sem consultar o Partido dos Trabalhadores sinaliza para um ambiente de confronto. "Vamos buscar alternativas para isso. Evidentemente que temos uma composição eleita nas urnas e, agora, qualquer movimento que busque alterar isso e não levar em conta a proporcionalidade, a representação, vai criar problema. Vamos governar o país. Foi vencedora uma coalizão e esperamos que ela não se transforme numa colisão", ressaltou Fernando Ferro.

De Brasília
Com agências