Eleição da presidência agita Assembléia Legislativa da Bahia
A nova mesa diretora da Assembléia Legislativa só será definida em fevereiro, quando os eleitos e reeleitos para a Casa tomam posse. As articulações políticas, entretanto, têm esquentado os debates sobre a eleição da presidência do Poder Legislativo baiano.
Publicado 18/11/2010 09:52 | Editado 04/03/2020 16:19
Enquanto o atual presidente, Marcelo Nilo (PDT), anuncia pleito de se candidatar ao terceiro mandato, com suposto aval do governador Jaques Wagner (PT) e o apoio de 42 dos 63 parlamentares, a bancada do PT, em reunião na manhã desta quarta-feira (17/11), divulgou nota na qual afirma disposição para disputar a vaga, sem negar, contudo, um eventual apoio a um nome da base do governo. O documento também propõe o fim da reeleição entre biênios de uma mesma legislatura e defende o compromisso com a mudança do regimento da Casa.
Para o deputado reeleito Álvaro Gomes (PCdoB), o nome precisa ser analisado com cuidado. “O nosso partido ainda não tomou posição. A bancada já se reuniu, tivemos uma conversa com o próprio Nilo e definimos que vamos tomar uma decisão unificada acerca da sucessão da presidência na Assembléia. Mas, primeiro, é preciso estabelecer critérios como o compromisso com a não-reeleição, para evitar que haja uma perpetuação no poder, e com a construção de uma Assembléia atuante”, afirmou. A direção do PCdoB e a bancada se reúne na próxima segunda-feira para definir posição sobre a eleição.
Outro aspecto importante é a regularização da votação de projetos dos parlamentares. “A votação por acordo é bastante limitada; é preciso que haja uma votação permanente e uma tramitação regular dos projetos”, pontuou Álvaro Gomes.
O nome do deputado comunista chegou a ser especulado pela imprensa como possível indicado para assumir a gestão da Casa. O fato de ser o mais assíduo e um dos mais atuantes pesou a seu favor, mas Álvaro prefere manter o foco nos objetivos de resgate da imagem e objetivos da Assembléia. “Evidentemente que estamos preparados para esse desafio, mas achamos um tanto prematuro o lançamento de um nome nesse momento. O que estamos discutindo são os critérios para a Assembléia Legislativa que nós queremos. Uma Assembléia forte, atuante, respeitada, com funcionamento regular, com a presença constante de parlamentares na elaboração de leis, na votação de projetos e que, efetivamente, cumpra um papel relevante junto à sociedade”, destacou.
De Salvador,
Camila Jasmin