Sem categoria

Suécia emite mandado de prisão contra fundador do Wikileaks

O Tribunal Distrital de Estocolmo, capital da Suécia, aceitou nesta quinta-feira (18) uma nova solicitação do Ministério Público do país, acusando o fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, de estupro e emite um mandado de captura internacional.

Em agosto do ano passado, entre os dias 13 e 18, Assange esteve em Estocolmo para participar num seminário e supostamente teria estuprado duas mulheres, que agora o acusam. Assange admite que se encontrou com as duas mulheres, mas quando é questionado sobre se teve relações íntimas com elas responde que é "um assunto privado".

Marianne Ly, responsável dos serviços do Ministério Público sueco, disse que a razão para o mandado é que os investigadores ainda não conseguiram interrogar Assange sobre as acusações contra ele.

Assange — que fundou o site Wikileaks em 2006 para revelar documentos comprometedores de alguns governos, sem que seja possível traçar a sua origem — nega as acusações de que que é alvo. Assange é um dos principais candidatos a Homem do Ano, uma distinção anual da revista americana Time.

Em comunicado à imprensa, divulgado após a decisão do tribunal, o advogado britânico de Assange disse que as acusações resultam de relações sexuais consentidas do seu cliente com as duas mulheres.

O advogado Mark Stephens diz que só depois das duas mulheres terem tomado consciência de quem é Assange é que decidiram apresentar queixa contra ele. E acrescenta que, até ao momento, o seu cliente não foi notificado pelas autoridades suecas, pois tudo o que sabem sobre o processo e as investigações tem sido através da imprensa.

O representante legal de Assange em Estocolmo defende que se a ideia é levar o seu representante a ser interrogado, "então o pedido de prisão é exagerado e desproporcional", segundo ele.

Mark Stephens fala também em "abuso de poder e perseguição". O advogado chama a atenção para uma "uma violação clara do artigo 6 º da Convenção Europeia, que estabelece que um acusado deve ser prontamente informado, numa língua que compreenda e de forma minuciosa, da natureza e da causa da acusação contra ele".

Assange diz que é inocente e em entrevista à emissora de televisão catariana al-Jazira, afirma que as acusações fazem parte de uma uma campanha de difamação que é, ao mesmo tempo, uma vingança do Pentágono.

Em 2010, o site WikiLeaks tornou públicos mais de 77 mil documentos do Pentágono sobre a ocupação do Afeganistão e cerca de 400 mil documentos sobre a ocupação do Iraque, além de um vídeo que mostra o assassinato de dois funcionários da agência de notícias Reuters, atingidos por disparos de um helicóptero americano, crime que o Pentágono negava peremptoriamente ter cometido.

O WikiLeaks prometeu ainda a publicação de centenas de documentos internos da British Petroleum sobre o vazamento no Golfo do México, que ainda aguardavam verificação por parte da equipe de voluntários da organização.

Da redação, com agências