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Parlamentares defendem ação policial no Rio e criação das UPPs

A guerra deflagrada no Rio de Janeiro provocou perplexidade na população brasileira e em toda comunidade internacional. Outro sentimento emergente é que essa situação precisa ser enfrentada. Ao contrário da perspectiva dos traficantes, que comandaram ataques à população ateando fogo em carros e ônibus, os cariocas deram apoio à ofensiva policial que expulsa e prende bandidos entrincheirados nos morros.

No Congresso Nacional a reação não foi diferente. Diversos parlamentares destacaram a importância do combate ao narcotráfico e a criação das UPPs (Unidade de Polícia Pacificadora) nas favelas cariocas.

“Quando reforçamos o combate ao tráfico, apoiamos a criação das unidades de polícia pacificadora, temos de nos lembrar que o direito à paz, à convivência social de irmãos e irmãs como bem quiserem são direitos inalienáveis da sociedade moderna”, disse a deputada federal Jô Moraes (PCdoB-MG) para quem a sociedade brasileira precisa recuperar seus valores maiores.

Segundo ela, é preciso recuperar o sentido de uma sociedade humana de paz que em primeiro lugar distribua riquezas. “Se não distribuir riqueza, a ânsia do consumo leva a desejos perversos de roubar para ter”, afirmou.

A líder do PCdoB, deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), senadora eleita, diz que a escalada de violência no Rio de Janeiro, as constantes rebeliões nos presídios e o avanço do tráfico em todo o Brasil são sinais vigorosos e lamentáveis de que é preciso fortalecer a segurança pública no país.

“Dilma (Rousseff), nossa futura presidenta, já sentenciou, assim que assumir, reunirá os governadores para debater dois temas: segurança e saúde”, lembrou a líder.

Problema nacional

O líder da bancada do PT na Câmara, deputado Fernando Ferro (PT-PE), também tem a mesma compreensão da colega comunista. Ele afirmou que essa reação do crime organizado à presença do Estado faz com que o problema da segurança tome dimensão nacional.

"E não se ache que a questão da segurança diz respeito aos estados, haja vista a própria dimensão nacional do crime organizado. Há que se ter uma ação nacional de combate à criminalidade e uma política nacional de segurança", destacou

O senador eleito Lindberg Farias (PT-RJ) disse que a ação de grupos criminosos é uma reação à política acertada de segurança pública e o caminho para o Rio de Janeiro são as UPPs. "O que a gente está vendo são ações de narcoterrorismo", analisa.

Vítimas inocentes

Em nota oficial, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara expressou preocupação acerca dos riscos à população civil decorrentes do confronto entre forças policiais e grupos de traficantes na região do Morro do Alemão.

A presidente do colegiado, deputada Iriny Lopes (PT-ES), apelou ao governador, Sérgio Cabral, ao secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, e a todas as demais autoridades envolvidas no combate aos criminosos "que envidem todos os esforços para que as operações não resultem num massacre de cidadãos inocentes".

"As ações policiais destinadas ao combate das quadrilhas do crime organizado que se refugiaram no Morro do Alemão devem ser conduzidas de modo a evitar que se repitam os trágicos resultados para a população inocente de outras operações, como no episódio da Chacina do Alemão, ocorrida em 2007", diz outro trecho da nota.

De Brasília,
Iram Alfaia