PCdoB defende novo projeto de desenvolvimento para Salvador

Os números do Censo 2010 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) esta semana confirmaram Salvador como a terceira cidade mais populosa do país. Com 2.562.963 habitantes, a capital baiana fica atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro em moradores. Apesar disso, o município tem ainda sérios problemas estruturais e sociais já superados por outras capitais, além de enfrentar uma crise de confiança no Executivo Municipal, envolvido em várias denúncias de corrupção.

A frente de muitas capitais no ranking populacional, Salvador ainda tem problemas de municípios menos desenvolvidos, como a falta de políticas de habitação e de um transporte de massa eficiente e de qualidade – a construção do metrô se arrasta há 11 anos -, postos de saúde mal equipados, um grande número de desempregados, além de uma enorme dívida social com a população mais pobre, o que a torna uma das cidades mais desiguais do país.

“Salvador é uma cidade com enormes gargalos acumulados ao decorrer de sucessivas administrações. O carlismo transformou a gestão da cidade numa espécie de secretaria de estado, não dando condições para que o município tivesse autonomia política e administrativa. A dependência crônica de recursos federais e estaduais para a manutenção da máquina e investimentos transformou a cidade em refém de outras instâncias de poder, sem condições de tocar a gestão com pernas próprias”, afirma o presidente do PCdoB em Salvador, Geraldo Galindo.

Discussão com a sociedade

Para ele, seria necessária uma ampla discussão na sociedade civil organizada em torno dessa questão, o que não é um problema fácil de ser superado, haja vista tantas visões distintas do problema. “Em que pese essas limitações, é possível sim, desenvolver políticas públicas através de iniciativas do Executivo Municipal em sintonia com os variados programas do governo federal e estadual. A situação da prefeitura de Salvador é tão precária que até mesmo a parte que lhe caberia nas parcerias com os programas dos ministérios e secretarias estaduais fica comprometida por falta de recursos”, ressalta.

Segundo o comunista, os problemas da cidade estão se agravando com a atual gestão, que é um desastre político e administrativo. “João Henrique não reúne atributos para ser o prefeito de uma das maiores capitais do país. O PCdoB chegou a participar do governo na Secretaria de Educação, tendo sido uma experiência bastante positiva, onde se destacaram Olivia Santana e Ney Campelo. O problema é que os secretários não são ouvidos pelo gestor, que não reúne o secretariado e cada um toca sua pasta sem que haja um planejamento articulado, integrado. Resumindo: não há um projeto de desenvolvimento para a cidade. Tudo é feito ao sabor dos acontecimentos e os secretários são trocados numa rotatividade talvez nunca vista numa gestão pública”, reclama Galindo.

“Salvador é uma cidade que se transformou em refém da especulação imobiliária – diria até que nosso prefeito é um mero gerente desses condenáveis interesses privados, em detrimento dos interesses da maioria da sofrida população soteropolitana”, diz o presidente municipal do PCdoB.

Um novo projeto

Preocupado com a situação em que a cidade se encontra, o Comitê Municipal do PCdoB começou a pensar e discutir um novo projeto político, econômico e social para Salvador. “O PCdoB tem experiência acumulada na gestão pública com resultados positivos, como a nossa presença nos governos federal, estadual e mesmo quando participamos do atual governo municipal. Quando lançamos a pré-candidatura de Olívia Santana para a prefeitura tivemos a oportunidade de reunir setores acadêmicos, de executivos e dos movimentos sociais para fazer um diagnóstico da cidade e apontar alternativas. Pretendemos retomar esse debate no início do ano que vem e trazer todos aqueles interessados em superar os graves entraves da cidade”, declara o presidente Municipal Geraldo Galindo.

“Diante do clima de cidade à deriva da gestão de João Henrique, nós do PCdoB estamos com a intenção de apresentar candidatura própria a prefeito em 2012, como também chapa própria de vereadores. O processo de discussão terá início numa reunião do Pleno do Comitê Municipal no dia 11/12 e terá continuidade com as bases partidárias no início do ano que vem. Nos pautaremos no atual momento pela continuidade de uma oposição na Câmara de Vereadores que mantenha a cobrança de apuração e punição dos culpados das diversas denúncias de corrupção veiculadas pela imprensa e pela cobrança de políticas públicas que beneficiem a população da cidade, abandonada pelo prefeito”, concluiu o comunista.

De Salvador,
Eliane Costa