Ato reúne professores e alunos contra a violência na escola

O sentimento de indignação e consternação tomou conta de professores e alunos que participaram da manifestação promovida pelo Sinpro Minas na Praça 7, em Belo Horizonte, em protesto contra a violência nas escolas e em solidariedade aos familiares e amigos do professor Kássio Vinícius Castro Gomes. O docente foi morto por um aluno dentro do Centro Universitário Izabela Hendrix, nessa terça-feira (7/12).

Sinpro pela Paz - Mark Florest

Além de afixar faixas com os dizeres “Professor não é mártir. Chega de violência” e “Até onde vai a violência nas escolas?”, o sindicato distribuiu na manifestação uma nota lamentando a morte do professor e denunciando a situação de tensão e desrespeito que permeia as relações entre professores e alunos no ambiente escolar.

“Estamos aqui para prestar solidariedade aos familiares e amigos, mas também para mostrar nossa indignação com o ocorrido, que não pode ser tratado como caso isolado ou mera fatalidade”, disse Gilson Reis, presidente do Sinpro Minas.

Durante a manifestação, professores levantaram os pincéis, como forma de prestar homenagem à dedicação e ao trabalho de Kássio como educador. Alunos também fizeram suas homenagens e pediram respeito aos docentes. Alguns deles amarraram uma faixa preta no braço com a palavra “paz”. Em seguida, eles fizeram uma passeata pelas ruas do Centro e seguiram até a entrada do Izabela Hendrix, no bairro Lourdes.

A morte do professor Kássio era uma tragédia anunciada, diante da alta incidência e das várias formas de agressões ocorridas nas dependências das instituições de ensino privadas, denunciadas pelo próprio sindicato, a partir de uma pesquisa inédita sobre violência na escola.

Diretores do sindicato defenderam a união de todas as entidades do setor educacional para buscar soluções contra a violência no interior das escolas. “Até quando essa violência vai continuar? Não queremos que nossa categoria fique acuada pelo medo. Temos que convocar toda a sociedade para debater o assunto e buscar soluções”, afirmou Marco Eliel Santos de Carvalho, diretor do sindicato.

“Outros atos de violência têm sido cometidos à prestação, acabando com a nossa dignidade. É isso que está provocando uma debandada da profissão. Ninguém quer ser professor. Não temos valorização social, não temos salário. Não se faz uma sociedade desenvolvida com esse tratamento que tem sido dado aos professores”, desabafou um docente, que propôs a criação de um canal de denúncias, por meio da internet, no qual a categoria possa relatar casos de violência no interior das escola.