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Guerra perdida do Afeganistão será ainda mais violenta em 2011

Os soldados estrangeiros no Afeganistão devem enfrentar em 2011 “ainda mais violência” dos talibãs que em 2010, ano que de longe foi o mais letal para as forças imperialistas em nove anos de guerra. A advertência foi feita nesta segunda-feira (13) por um porta-voz militar da Otan, máquina militar dominada pelos EUA em aliança com as velhas potências europeias criada no pós-guerra para se contrapor à União Soviética.

“Enfrentaremos ainda mais violência em 2011. Haverá sempre combates, e devemos manter a pressão sobre os talibãs”, declarou em Cabul o general Josef Blotz, porta-voz da força internacional da Otan no Afeganistão (ISAF). Na verdade, muitos oficiais europeus consideram a guerra no Afeganistão perdida para as forças invasoras, conforme documentos revelados pelo WikiLeaks.

“Temos que consolidar os avanços alcançados nos últimos meses, e isto também vai provocar mais enfrentamentos”, acrescentou. Avanços? Da Otan? Só se for na retórica, pois o taliban está mais forte hoje que quando a guerra das potencias imperialistas foi deflagrada, no final de 2001.

Baixas

Com 692 soldados mortos, 2010 foi o ano que registrou mais baixas para as forças internacionais no Afeganistão, segundo o site especializado icasualties.org.

Em 2009, as tropas americanas e dos outros países da coalizão da Otan perderam 521 soldados.

No domingo, pelo menos seis soldados americanos da Otan foram mortos em um ataque suicida com carro bomba contra uma base militar no sul, de acordo com o exército afegão.

Crime de lesa humanidade

A guerra imperialista, movida sem o aval do Conselho de Segurança da ONU e a pretexto de combater o terrorismo, é um crime de lesa humanidade que já ceifou a vida de milhares de inocentes e promete um desfecho frustrante para Estados Unidos e União Europeia.

A única saída para evitar males maiores é a retirada imediata das tropas invasoras, pois quanto mais durar a agressão militar contra o povo afegão maiores serão os sofrimentos do povo e as vítimas, de um lado e outro.

É bom levar em conta as lições da história. A Inglaterra, no século 19, e a União Soviética, no século 20, provaram o gosto amargo da humilhante retirada do país depois de intervenções bélicas que agrediram o direito à soberania e autodeterminação do povo afegão e foram rechaçadas. Com os EUA e a Otan, em pleno século 21, não será diferente.

Com agências