Posse à prova de chuva

As incansáveis chuvas que vêm castigando o Espírito Santo nos últimos dias não serão impedimento para que os cidadãos possam assistir à solenidade de posse de Renato Casagrande (PSB) no Palácio Anchieta, marcada para começar às 11 horas do dia 1º de janeiro.

Uma estrutura de toldos já está montada no estacionamento da Praça João Clímaco, situada bem ao lado do Palácio, onde vai se dar a maior parte da cerimônia. Ontem também começou a ser construído, debaixo dos toldos, o palco no qual Casagrande vai receber a faixa do governador Paulo Hartung (PMDB) e fazer o primeiro discurso como governador empossado.

A área coberta tem 30 metros de comprimento por 20 de largura, totalizando 600 m2. Sob essa estrutura, poderão ser abrigadas em torno de mil pessoas. Pelo menos essa é a estimativa do Coronel Helvio Brostel Andrade, secretário-chefe da Casa Militar e responsável pela segurança do evento. Segundo ele, a equipe planejou a montagem da estrutura justamente em função da previsão meteorológica para o dia da posse. "Fizemos a preparação já contando com a chuva. Os toldos já estavam previstos e estão montados justamente para evitar esse problema."

Na área coberta, haverá um espaço menor reservado para a imprensa, outro para as autoridades e a maior parte do espaço para o público geral. Uma empresa terceirizada vai instalar banheiros químicos. Também haverá pontos de distribuição de água.

TRÂNSITO

O trânsito nas imediações do Palácio Anchieta já está parcialmente interditado. No dia da posse, a interdição vai começar na altura do Fórum Muniz Freire, na Cidade Alta.

Quanto ao esquema de segurança preparado para a posse, o Coronel Andrade não pôde passar detalhes, mas afirmou que haverá policiais à paisana misturados à multidão. "Não teremos um número exagerado (de policiais). Vai ser um procedimento padrão. Nossa preocupação maior é garantir a segurança de todos os que vão assistir à solenidade", informou o comandante. (Com a colaboração de Carlos Alberto Silva)

Por dentro da posse de Casagrande

A cerimônia de posse na Assembleia Legislativa começa às 10h. De lá, Casagrande segue num carro oficial com a primeira-dama, Maria Virgínia, até o Palácio Anchieta. O vice, Givaldo Vieira, segue com a mulher num carro logo atrás.

Os carros param em frente à antiga Assembleia. Casagrande salta sozinho e passa em revista às tropas. De lá segue andando sobre um tapete vermelho até a entrada lateral do Palácio, onde se reúne novamente ao vice e às respectivas mulheres. A comitiva desce a ladeira que conduz à entrada principal.

Ali, Casagrande é recepcionado por Hartung. Os dois descem pela escada interna que dá para a Praça João Clímaco, e caminham até o palco, sob os toldos.

Seguem-se a transmissão da faixa e os discursos. Finda a cerimônia, Casagrande e Givaldo se encaminham até o Salão Nobre, no segundo pavimento, onde recebem os cumprimentos das pessoas, que têm de seguir em fila indiana e não podem parar para fotos.

Acabado o "beija-mão", os dois seguem para posse de Dilma Rousseff em Brasília.

O camarote VIP na casa de Dona Rosa

Enquanto cidadãos aos montes devem disputar um lugarzinho debaixo dos toldos para assistir à cerimônia de posse de Casagrande, a dona de casa Rosa Dalvi Devens, 73 anos, não vai perder nenhum detalhe sem nem precisar sair de seu apartamento. Morando há 25 anos no primeiro andar de um prédio em frente ao da antiga Assembleia, na praça João Clímaco, ela usufrui de uma vista privilegiada de todas as posses desde a de Max Mauro. Essa também foi a mais marcante, pois ocorreu no dia do aniversário de Rosa: 16 de março. Do seu camarote VIP, ela analisa a mudança dos tempos: "Antigamente era mais animado, tinha mais gente, era algo mais sério. Hoje está mais simples. As pessoas não veem a política como algo sério". Rosa não votou em Casagrande, mas espera que ele faça um bom governo.

Créditos: Vitor Vogas
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