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Edson Pimenta reforçará bancada da agricultura e meio ambiente

Edson Pimenta, eleito deputado federal pelo PCdoB da Bahia, assume o cargo no próximo ano com a disposição de contribuir com as demandas do campo e da agricultura, áreas em que atuou desde que começou sua atividade política ainda adolescente, em defesa do meio ambiente no Litoral Norte e logo depois na Chapada Diamantina. Foi um dos fundadores do SOS Chapada, no final da década de 70. Ele é favorável ao relatório do colega comunista Aldo Rebelo, que muda o Código Florestal.

Edson Pimenta reforçará bancada da agricultura e meio ambiente

“Nós precisamos enfrentar de forma desapaixonada essa questão do meio ambiente. Não pode ser nem de um extremo nem outro”, afirma em entrevista ao Portal Vermelho, acrescentando que embora a agricultura seja o “carro-chefe” do seu mandato, ele está disposto a engrossar as fileiras em todas as frentes de atuação do seu Partido.

Portal Vermelho – Qual a expectativa do Senhor para a seu trabalho e sua atuação na Câmara dos Deputados?
Edson Pimenta – Vou procurar contribuir mais para atrair projetos para promover o desenvolvimento do Estado da Bahia. Aproveitar esse momento em que temos o governo do estado e federal afinados para poder dar continuidade ao plano que Lula iniciou agora buscando mais investimentos para todos os estados, especificamente para a Bahia.

Vermelho – O Sr. sempre atuou na área da agricultura e do meio ambiente. Esses temas vão nortear a sua ação parlamentar?
EP – A agricultura será o carro-chefe do nosso mandato, mas não exclusivo, até porque no momento que é eleito, você tem o dever de trabalhar pelos interesses gerais da sociedade. Como representante da agricultura, eu vou trabalhar para desburocratizar o acesso do pequeno agricultor familiar ao crédito, que ainda é muito desigual. O agricultor nordestino tem as mesmas regras do agricultor sulista. Tem que haver uma diferenciação, uma regionalização de critérios para que possa se aproximar da realidade de cada região. Por exemplo, o programa de habitação rural ainda é muito incipiente no Nordeste, existem muitas dificuldades por causa da burocracia. É difícil para o trabalhador acessar os programas públicos do governo. Vou lutar para criar normas que facilitem o acesso do trabalhador rural aos programas.

Vermelho – Qual a opinião do Sr. a respeito do Código Florestal, cujo relatório do deputado Aldo Rebelo, do seu Partido, tem gerado polêmicas e controvérsias, o que atrasou a votação?
EP – Eu sou altamente favorável à sua aprovação. Nós precisamos enfrentar de forma desapaixonada essa questão do meio ambiente. Não pode ser nem de um extremo nem outro. Nem o que defende devastação total e nem pseudo preservacionismo que não existe. Nós temos uma realidade onde o agricultor, principalmente familiar, não consegue cumprir a legislação vigente, que é excludente, porque pode ter restrições de acesso aos programas públicos. O relatório foi o que mais se aproximou da atual realidade. É bom, poderia ser melhor, mas foi o que foi possível e temos que lutar para que seja aprovado.

Vermelho – A exemplo do Código Florestal, existem outros projetos em tramitação que sofrem resistência para votação na Câmara como a PEC do Trabalho Escravo. O Sr. acredita que é possível votar essas matérias nesse mandato avançando nas conquistas sociais?
EP – Nós temos ideia de que a Presidente Dilma faça um mandato melhor que o de Lula. Lula foi extraordinário, mas ainda precisamos avançar em conquistas no País. Precisamos ampliar emprego, modernizar relações de trabalho, penalizar empresários que usam trabalho escravo e cultivo de drogas. Temos que avançar nesses setores que com Lula não foi possível. Agora, com Dilma, pela sua formação política, economia mais estabilizada, o momento é mais promissor e esperamos que ela possa corresponder com a expectativa do povo e em especial da esquerda, para que a gente possa ter melhorias.

Vermelho – E como o Parlamento pode ajudar no avanço dessas conquistas?
EP – Nós sabemos que é difícil aprovar questões polêmicas no Congresso, mas nós vamos para o debate e vamos estar preparados. A bancada do PCdoB, outros partidos, a bancada do PT mais à esquerda e os movimentos sociais vão estar cobrando isso. E esperamos que a Presidente ajude, com a liderança do governo, para que a gente possa avançar e tenha um Congresso que não seja apenas homologador das questões dos interesses do Executivo, mas um Congresso que possa cumprir o seu papel de debater e votar questões importantes.

De Brasília
Márcia Xavier