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Chávez rechaça anulação de visto de embaixador pelos EUA

A crise envolvendo os EUA e a Venezuela se acentuou na quinta-feira (30) com o governo do presidente Hugo Chávez acusando a Casa Branca de "imperialista e agressiva" ao decidir revogar o visto do embaixador venezuelano em Washington.

"Nós rechaçamos esta medida da maneira mais categórica porque é um ato evidente de retaliação dentro da dinâmica de agressão contra este país", afirmou Roy Daza, presidente da Comissão de Política Externa da Assembleia Nacional, em Caracas.

Segundo o deputado, "parece que as posições mais duras dentro do governo do presidente Barack Obama se impõem, como as iniciativas para se envolver em assuntos internos da Venezuela". "A razão dessa estratégia é a de manter uma mentalidade imperial que domina a política do EUA", disse.

Na quarta-feira, os EUA decidiram revogar o visto do embaixador da Venezuela em Washington, Bernardo Álvarez. A medida foi uma retaliação, devido à rejeição de Hugo Chávez ao diplomata Larry Palmer, nomeado pelo governo Obama como novo embaixador americano em Caracas.
Chávez não aceitou as declarações de Palmer, que acusou a Venezuela de ter ligações fortes com a guerrilha Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e de haver um aumento da influência cubana nas Forças Armadas venezuelanas.

Charles Luoma-Overstreet, porta-voz do Departamento de Estado para assuntos latino-americanos, disse na quinta-feira que os EUA "haviam alertado o governo venezuelano de que haveria consequências proporcionais, incluindo a revisão do status dele (do embaixador)". Questionado se o embaixador deveria sair de Washington, ele respondeu que, de acordo com informações do governo americano, Álvarez não está nos EUA.

"Nossa decisão o impede de retornar aos EUA como embaixador", afirmou o porta-voz. Não está claro, segundo ele, como a situação poderá ser revertida. "Estamos tentando manter conversações de bastidores com a Venezuela", disse, sem entrar em detalhes.
Segundo Overstreet, a revogação do visto não significa que os dois países tenham rompido relações diplomáticas. "As duas embaixadas (em Washington e Caracas) continuam funcionando normalmente. Achamos importante ter contatos diplomáticos em momentos tensos como este", afirmou.

O porta-voz do Departamento de Estado, Mark Toner, também deu declarações na mesma direção. Em Caracas, além do duro discurso de Daza na Assembleia Nacional, o Ministério das Relações Exteriores emitiu uma nota de protesto, condenando "a história de intervenções e agressões contra o povo venezuelano, suas instituições e sua democracia".

Com informações de Estadão.com