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EUA se contradizem e ratificam embaixador que ataca Venezuela

A polêmica da indicação do embaixador dos Estados Unidos na Venezuela ganhou um novo elemento. O porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, J. Philip Crowley, confirmou que Larry Palmer teve o nome ratificado pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. A iniciativa ocorre mesmo sob protestos do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que se queixou das críticas feitas por Palmer à política interna venezuelana e rejeitou sua nomeação.

O porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, P.J. Crowley, disse nesta quarta-feira (5) em coletiva de imprensa que seu governo não vai propor um novo candidato para a embaixada dos EUA na Venezuela.

“Houve sugestões do presidente Chávez de que estamos buscando outro candidato, e a resposta é que não estamos buscando outro candidato".
No mês passado, o presidente da Venezuela rejeitou a indicação de Palmer justificando a decisão por causa de afirmações feitas pelo diplomata norte-americano no Congresso Nacional dos Estados Unidos. Palmer afirmou, segundo Chávez, que guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) se escondem na Venezuela e que há infiltrados cubanos no serviço militar venezuelano.

Crowley acrescentou que "estamos preparados para ficar como estamos por tempo indefinido”, referindo-se à ausência de embaixadores nas representações diplomáticas de ambos os países e precisou que cabe agora à Casa Branca decidir o próximo passo.

Na última segunda-feira, os EUA confirmaram que apresentariam um novo candidato a embaixador em Caracas.

Crowley tinha dito antes que a candidatura de Larry Palmer como embajador expirou com o término da legislatura de 2010, por isso assinalou: "Teremos que renomear um candidato a embaixador".

Esta posição gerou diversas reações entre alguns setores conservadores dos EUA.

O congressista republicano e acérrimo crítico do presidente Hugo Chávez, Connie Mack, aseverou que "o governo (de Obama) não dá a devida importâancia à séria ameaça que Chávez representa para nossa nação”, informou a agência EFE.

Esse foi tom usado nesta quarta-feira pelo jornal Washington Post, que disse que a possível nomeação de um novo embaixador que substitua Larry Palmer proporcionaria a Chávez "uma considerável vitória propagandística”.

Crowley, então, comunicou que seu país não procura outro embaixador para a Venezuela e reiterou a proposta de nomear Palmer.

A esse respeito, a pesquisadora venezuelana-estadounidense, Eva Golinger, mencionou em um artigo que “parece que o Departamento de Estado segue as instruções do Washington Post e com o início da nova Legislatura em que o Partido Republicano tem maioria na Câmara de Representantes (deputados), cuja Comissão de Relações Exteriores é liderada pela anti-chavista raivosa Ileana Ros-Lehtinen, a administração de Obama não quer correr risco com o tema Venezuela”.

E agregou: “A linha de Washington contra a Venezuela está clara desde há vários años. Jamais aceitarão nem trabalharão com o governo de Hugo Chávez. Farão todo o possível para removê-lo do poder, custe o que custar. Continuarão seus esforços para satanizar o governo de Chávez; financiar, apoiar e assessorar a oposição; e debilitar seu poder, popularidade e influência regional”.

Com agências