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8ª Bienal do Mercosul discute territorialidade pela arte

Em setembro será inaugurada a 8ª Bienal do Mercosul, em Porto Alegre, com curadoria do colombiano José Roca, que esteve na equipe da 27ª Bienal de São Paulo, em 2006. A mostra terá como título "Ensaios de Geopolítica". "O tema será o território e sua redefinição crítica, a partir de uma perspectiva artística", afirma Roca.

Entre os assuntos que devem ser abordados pelos artistas, segundo o curador, estão: autonomia política e territorial, mapeamento, colonização, fronteira, aduana, alianças transnacionais, construções geopolíticas, localidade, viajantes cientistas, botânica e política.
Esse grupo de questões aponta, de certa forma, para a própria criação geopolítica dessa bienal, ou seja, o tratado de comércio que gerou o Mercosul.

"A 8ª Bienal se inspira nas tensões entre territórios locais e transnacionais, entre construções políticas e circunstâncias geográficas, em rotas de circulação e intercâmbio de capital simbólica", conta Roca.

Os artistas elencados para a mostra ainda não foram anunciados, apenas o homenageado: o chileno Eugenio Dittborn. "O trabalho dele se baseia na transterritorialidade, no nomadismo e em estratégias para subverter as fronteiras e penetrar nos centros sem deixar-se neutralizar por eles", diz o curador.

Assim como na última edição, que teve um caráter bastante experimental, Roca pretende manter a ideia da Bienal como um laboratório. Nesse sentido, uma de suas iniciativas é revelar a organização da mostra em um blog.

"Nele, os cocuradores e eu estaremos informando o avanço do processo, com posts dos diferentes lugares por onde passarmos", conta.

Como o Dogma 95, do diretor dinamarquês Lars von Trier, Roca vai iniciar o blog com um conjunto de normas sobre o papel da curadoria, que, entre seus itens, afirma: "Uma exposição não é uma biblioteca", "Uma exposição não é um arquivo" e "Uma exposição não é um cineclube". O blog estará no site www.bienalmercosul.art.br.

Fonte: Folha de S.Paulo