Estudantes queimam boneco do prefeito de Salvador

A ideia inicial dos estudantes era realizar a lavagem simbólica das escadarias da Prefeitura, mas tiveram que desistir, já que policiais impediram o acesso ao local. A Polícia também tentou parar a manifestação ainda na avenida Sete de Setembro, alegando que era proibido entrar com carro de som no Centro Histórico. Só que os manifestantes foram mais espertos e seguiram em frente sem o carro, mas entoando com a mesma intensidade frases de protesto.

“A nossa manifestação foi mais do que vitoriosa. Quando começamos os protestos na segunda-feira, o prefeito achou que não teríamos forca e fôlego para manter a mobilização até o fim da semana. Hoje, eles perceberam que temos ainda muita disposição para manter a mobilização nos próximos dias. Tanto é que mandou um representante para chamar os estudantes para conversar”, informou o diretor de Comunicação da União dos Estudantes da Bahia, Caio Botelho.

Os estudantes vão formar uma comissão para tratar da questão junto à Prefeitura. Irão definir também os rumos do movimento e quais serão as ações da próxima semana. “O que já está definido, é que vamos manter a mobilização até que tenhamos as nossas reivindicações atendidas. Estamos abertos ao diálogo, mas não vamos abandonar as ruas”, acrescentou Botelho.

Para o vice-presidente Regional da UNE Bahia, Maurício Guimarães, é preciso reforçar que a manifestação dos estudantes não visa apenas a revogação do reajuste da tarifa do transporte coletivo, mas tem uma pauta bem mais ampla. “Queremos também passe livre para os estudantes, ônibus 24 horas, aumento dos postos de revalidação do SalvadorCard, entre outras demandas. Nosso protesto também é contra a política nefasta de João Henrique que só prejudica a cidade, como no caso do PDDU, do escândalo das Transcons, por exemplo”, declarou Maurício Guimarães.

Histórico – Desde a segunda-feira (3/1) centenas de estudantes vêm tomando as ruas de Salvador para protestar contra o reajuste da tarifa do transporte coletivo, que passou de R$2,30 para R$ 2,50 no dia 1º de janeiro. Foram feitas manifestações em diversos pontos da cidade e a mobilização deve continuar na próxima semana ou até que o prefeito revogue o reajuste.

De Salvador,
Eliane Costa