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Mostra revela os tesouros da milenar cultura islâmica

Um passeio pela milenar cultura islâmica por meio de tapetes, vasos e quadros. É dessa forma que o Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo (CCBB – SP) pretende apresentar ao visitante o rico acervo cultural islâmico, com a exposição “Islã: Arte e Civilização”, de 17 de janeiro a 27 de março de 2011. O acervo, que será exposto reúne mais de 300 itens datados do século VIII ao XXI, tem obras vindas dos principais museus da Síria, Irã e alguns países da África.

Um dos principais destaques da exposição são os fragmentos originais do Palácio Al Hair Al Gharbi, na Síria. Além deles, as plantas arquitetônicas das principais mesquitas despertam o interesse do público. É possível visualizar a Mesquita Azul, localizada em Istambul, em uma projeção de 360°.

“São ilustrados 13 séculos de uma civilização que conseguiu criar uma arte de caráter tão próprio e ao mesmo tempo com traços inconfundíveis”, explicou Rodolfo de Athayde, que divide a curadoria com o Prof. Dr. Paulo Daniel Farah, diretor da Biblioteca e Centro de Pesquisa América do Sul-Países Árabes.

Athayde apontou que as obras expostas são capazes de demonstrar a singularidade do Islã. “Os objetos úteis e decorativos permitem que o público admire refinamento e os conceitos estéticos aplicados pelos artistas-artesãos em sua maioria anônima”, afirmou.

Divisão das obras

A exposição está organizada por salas temáticas, respeitando um sentido cronológico, mas sem se submeter a visita ao rigor temporal. Se trata de um passeio por 13 séculos de história da cultura islâmica, que nasce na Península Arábica e alcança a Europa e o Oriente. O observador percebe como, ao longo dos anos,o Islã absorveu e sincretizou a cultura dos diversos povos conquistados ou convertidos à religião.

Logo na entrada, há um portão cenográfico da arquitetura muçulmana. A cenografia é inspirada em padrões da Grande Mesquita de Damasco, que teve influência bizantina. A marca da exposição “Islã: Arte e Civilização” foi criada pela designer Bete Esteves.

A viagem ao interior do Islã segue com a Miniatura de Shahnameh e outros desenhos similares, cuidadosamente ilustrados com textos que narram histórias do século XV, que pertenceram à livraria Real de Teerã. Depois, surge a palavra e a escrita. Nesta sala, estará uma coleção de manuscritos e livros que mostram a arte da caligrafia na sua complexidade e riqueza.

Um antigo exemplar do século IX de uma página do Alcorão em letrascúficas, escrito sobre pele de gazela, divide a atenção com as páginas douradas de outro Alcorão do século XVII. “Na caligrafia árabe, as letras adquirem formas distintas conforme sua posição na palavra, o que permite uma flexibilidade ilimitada. A caligrafia representa uma arte extremamente refinada e harmoniosa”, explicou o Prof. Farah.

Os famosos tapetes persas, frutos da arte popular, também serão expostos, ao lado de trabalhos em metal e de armaduras usadas na época dos Cruzados, no século XII. Uma vitrine central é dedicada à típica cerâmica azul, comum em todo o mundo islâmico.

Por último, o visitante é levado ao interior de uma réplica do Palácio Azem, residência do Paxá, governador da Síria durante o período Otomano, último dos grandes impérios muçulmanos. A beleza do mobiliário de poltronas e do baú crivados de madrepérolas desperta a atenção do público.

Fonte: Opera Mundi