Agricultores perdem tudo na região serrana por conta das chuvas

A chuva que matou centenas de pessoas na região serrana também arrasou a estrutura agrícola dos municípios afetados, colocando em risco o sustento de milhares de pequenos produtores. Depois de ter parte da safra arrasada, eles não têm como escoar o que conseguiram salvar, pois as estradas continuam interditadas ou em péssimas condições, impossibilitando o tráfego de caminhões.

Em Petrópolis, dados preliminares da Secretaria de Agricultura e da Emater-RJ, empresa estatal responsável pela assistência técnica rural, estimam um prejuízo de R$ 6 milhões. Em termos de área atingida, a forte enxurrada destruiu cerca de 120 hectares, além de ter derrubado pontes e deixado dezenas de agricultores ilhados até agora. Diante da situação, o prazo estimado para que o município retome o ritmo de produção é de seis meses, avalia a prefeitura local.

Em Itaipava, o pequeno córrego que corta propriedades rurais ainda não voltou ao leito normal e os agricultores contam os prejuízos. Os acessos às cerca de 40 propriedades na Estrada das Cachoeiras já foram desbloqueados e os tratores chegam, agora, para recuperar pontes e remover os troncos de árvores trazidos pela enxurrada.

No município de Sumidouro, onde 85% da população mora no campo, a situação também é crítica. Alguns agricultores perderam cerca de 70% da lavoura.

No município de Nova Friburgo, na localidade de Três Cachoeiras, a agricultora Sirlene Stoffel Miranda não sabe o que fazer com a perda de sua lavoura de 1 hectare, onde cultiva tomate e abobrinha. “Não tem condições de colher nada. Se eu não vender, não ganho dinheiro para comprar comida, disse Sirlene.

Sem poder trabalhar a terra, que está muito encharcada e teve a camada de solo mais fértil levada pela chuva forte, muitos agricultores estão dependendo de doações para sobreviver.

Ajuda federal

O governo federal promete um plano de recuperação do setor produtivo dos municípios da região serrana. O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, afirmou que estão sendo elaboradas uma série de linhas de crédito, com juros baixos e prazos longos, para recuperação de prédios e compra de máquinas.

“Medidas de apoio aos setores produtivos da região serrana do Rio já estão sendo analisadas pelos ministérios da Fazenda, Casa Civil e Integração Nacional, além do Banco do Brasil, BNDES e Caixa Econômica Federal”, disse Bezerra.

Ao lado dos ministros da Defesa, Nelson Jobim, e da Justiça, José Eduardo Cardozo, e do governador Sérgio Cabral, Bezerra afirmou o governo pretende liberar, por meio do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e da Investe Rio, financiamentos novos, com juros baixos, prazo de pagamento de até dez anos e período de carência que pode variar de dois a quatro anos.

Com informações da Agência Brasil