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Sarney se lança candidato à reeleição para presidência do Senado

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), já telefonou para líderes partidários anunciando a decisão de concorrer à reeleição. O líder do PT na Casa, Humberto Costa (PE), disse que Sarney terá respaldo da sigla, honrando, assim, o acordo de manter o PMDB, que tem a maior bancada de senadores, no comando da Casa.

PMDB, PT e PSDB, as maiores bancadas, já abocanharam os principais cargos, como o da presidência, a segunda e a terceira vice-presidências.

Pelo acordo vigente no Senado, o PMDB indicará o presidente por ter a maior bancada. O PT, com a segunda maior bancada, fará a segunda vaga. Os petistas, em princípio, indicariam um nome para a Primeira Secretaria, segundo cargo em importância na mesa, mas devem indicar o primeiro vice-presidente.

Em novembro, o Palácio do Planalto já havia emitido orientação para que a bancada recém-eleita do PT apoiasse Sarney. A intenção era frear desde então qualquer clima beligerante com o PMDB.

A eventual reeleição de Sarney –alternativa mais provável– dará ao peemedebista sua quarta rodada na presidência do Senado.

Ele está em seu quinto mandato parlamentar. Em 1971, assumiu uma vaga no Senado, de onde saiu em 1985 para ser presidente. Após deixar a Presidência, Sarney voltou ao Senado, eleito e reeleito pelo PMDB do Amapá.

Fundação será investigada

Em 2009, a defesa de Sarney, abalado pelo caso dos atos secretos, provocou uma crise institucional no PT.

O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) chegou a afirmar que se afastaria da liderança do PT no Senado em caráter "irrevogável". A pedido de Lula, contudo, acabou voltando atrás.

Mercadante defendia a reabertura de pelo menos um processo contra Sarney –o que trata da nomeação do namorado de uma neta feita por meio de ato secreto.

Para estancar a crise, senadores governistas costuraram acordo para livrar o presidente do Senado.

Nesta semana, os ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) decidiram aceitar a denúncia contra a Fundação José Sarney e investigar as acusações de suposto desvio de recursos de patrocínio da Petrobras.

A decisão, publicada no Diário Oficial da União de terça-feira, afirma que, em sessão extraordinária reservada, os ministros "acordaram em conhecer da denúncia, para no mérito considerá-la procedente".

A ata da reunião, realizada no dia 19, determina que o Ministério da Cultura conclua em até 60 dias a análise da prestação de contas do projeto que teria sido alvo de irregularidade. O TCU também retirou o sigilo do processo, que tem como relator o ministro José Múcio Monteiro.
Em julho de 2009, o jornal O Estado de S.Paulo publicou reportagem com as denúncias de desvios de recursos para empresas fantasmas.

As acusações deram origem a representações da oposição contra Sarney no Conselho de Ética do Senado, que acabaram arquivadas.

Com agências