Vaias e confusão marcam reabertura do Legislativo de Salvador
A presença do prefeito João Henrique Carneiro (sem partido) na reabertura dos trabalhos da Câmara de vereadores de Salvador nesta terça-feira (1º) gerou muito tumulto e confusão. Desde o início da tarde, representantes de diversos segmentos de trabalhadores da Prefeitura se posicionaram em frente ao prédio para protestar contra o atraso de salários, as demissões de terceirizados e o funcionamento precário dos serviços públicos.
Publicado 01/02/2011 19:35 | Editado 04/03/2020 16:19

Para fugir dos protestos o prefeito chegou ainda no meio da manhã ao prédio da Câmara, onde permaneceu mesmos após o fim da solenidade de abertura dos trabalhos. O Executivo tentou ainda impedir que manifestantes entrassem na galeria da Câmara Municipal, permitindo apenas que seus apoiadores ocupassem o local.
“O que se viu foi uma manobra vergonhosa para calar os trabalhadores. Só pessoas ligadas ao prefeito puderam entrar no plenário. Alguns representantes dos servidores só entraram após muita negociação e insistência da bancada de oposição”, informou a vereadora Olívia Santana, que acabou sendo agredida durante a confusão entre manifestantes e a Guarda Municipal.
Apesar das manobras para impedir a manifestação dos trabalhadores, o João Henrique não escapou das vaias durante seu pronunciamento, que foi interrompido diversas vezes. “A mensagem do prefeito não tem nenhuma conexão com a realidade. Ele não reconhece a crise política, administrativa e financeira que passa a cidade. Ao contrário, João Henrique colocou a gestão dele como um avanço em várias áreas", acrescentou a vereadora.
O prefeito citou inclusive, a matrícula informatizada, implantada na gestão de Olívia Santana como secretária de Educação, como o grande avanço de seu governo nesta área.
Participaram da manifestação vigilantes, professores da educação infantil e da rede municipal de ensino, profissionais da área de saúde, trabalhadores da limpeza, entre outras categorias. Mais uma vez, a Guarda Municipal foi utilizada para tentar impedir os protestos e usou de violência contra a população. Na confusão, três vereadores da oposição foram agredidos pelos guardas, entre eles a comunista Olívia Santana, que levou uma pancada no braço.
De Salvador,
Eliane Costa