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Índios discutem em Brasília impactos de Belo Monte

Povos indígenas e movimentos sociais da Região do Rio Xingu, especialistas e autoridades irão debater sobre os impactos da construção do Complexo Hidrelétrico de Belo Monte e o recente licenciamento pelo governo federal da instalação da infraestrutura inicial para as obras, nesta segunda-feira (7), em Brasília. Também foram convidados a ministra do Meio Ambiente e os presidentes da Funai e do Ibama.

Amanhã (8), haverá uma manifestação. Os índios querem entregar à presidente Dilma Rousseff um abaixo-assinado com mais de 500 mil assinaturas contra a liberação das obras da Hidrelétrica de Belo Monte. Os debates, que ocorrerão no evento “A Hidrelétrica de Belo Monte e a Questão Indígena”, se realizam em um auditório da Universidade de Brasília (UnB).

O evento discutirá os impactos da hidroelétrica e seu processo de licenciamento, que repercutem diretamente sobre os direitos e o modo de vida tanto de povos indígenas que vivem nesta região, quanto de povos tradicionais – camponeses, pescadores e extrativistas – e de outros grupos locais que dependem simbólica, social e economicamente da floresta, do rio e de seus igarapés.

Planejada pelo governo para ser instalada em uma das áreas de maior diversidade cultural e biológica do país, a hidrelétrica de Belo Monte, além de inundar uma área de mais de 600 km2, promoverá até 80% de redução da vazão de um trecho de mais de 100 km do rio, denominado Volta Grande do Rio Xingu, atrairá uma população estimada em 100 mil pessoas e causará o deslocamento compulsório de cerca de 40 mil.

Nesta área, residem os Arara, os Juruna, os Xikrin e milhares de famílias ribeirinhas, indígenas e não-indígenas. No Médio Xingu, residem os Parakanã, os Asurini, os Kararaô, os Araweté, os Arara, os Xipaia e Kuruaia e centenas de famílias que habitam as Unidades de Conservação que compõem o corredor ecológico do Xingu. Mais próximos das cabeceiras do rio, estão os Kayapó do Sul do Pará, os Metuktire, os diversos Povos do Parque Indígena do Xingu e grupos indígenas voluntariamente isolados, que transitam na fronteira dos estados do Pará e Mato Grosso.

Contra as mega-hidrelétricas

O ato contra a construção de Belo Monte, marcada para está terça-feira (8), começa às 9hs, no gramado em frente à entrada do Congresso Nacional. Após o protesto, uma delegação de lideranças entregará à Presidência da República uma agenda de reivindicações e as petições contra Belo Monte. Mais de meio milhão de pessoas já assinaram as petições contra Belo Monte.

O ato pretende reunir centenas de indígenas, ribeirinhos, ameaçados e atingidos por barragens, lideranças e movimentos sociais da Bacia do Xingu e de outros rios amazônicos. Além de protestarem contra a construção de mega-hidrelétricas destrutivas na região, os manifestantes também irão exigir do governo que rediscuta a política energética brasileira, abrindo um espaço democrático para a participação da sociedade civil nos processos de tomada de decisão.

“Convocamos todos os nossos parceiros e amigos, e todos aqueles que se sensibilizam com a luta dos povos do Xingu, a se juntar a nós, porque, mais que o nosso rio, está em jogo o destino da Amazônia”, diz a convocatória do ato.

De Brasília
Com agências