Dólar tem queda no dia, na semana e no mês, apesar do BC
O governo tomou várias medidas para conter a queda do dólar, incluindo fortes intervenções do Banco Central no mercado de moedas, mas até agora colhe resultados decepcionantes. A moeda estadunidense continua em queda livre.
Publicado 11/02/2011 17:58
Depois do ajuste de alta da quinta-feira, os vendedores voltaram a pautar os negócios no mercado de câmbio. O dólar comercial chegou a ensaiar alta, marcando R$ 1,677, mas terminou a jornada com baixa de 0,23%, a R$ 1,667. Na semana, a moeda americana ficou 0,54% mais barata. Chamou atenção o baixo volume negociado no dia, apenas US$ 1 bilhão no interbancário.
Na roda de pronto da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) o dólar pronto recuou 0,18%, para R$ 1,666. O volume caiu de US$ 272,25 milhões para US$ 195,5 milhões. Também na BM&F, o dólar para março apresentava queda de 0,26%, a R$ 1,671, antes do ajuste final de posições.
Vida própria
A formação de preço no mercado local não mostrou relação com o câmbio internacional, onde o dólar ganhou do euro e outros rivais. Segundo o diretor da Corretora Futura, André Ferreira, o real tem vida própria, refletindo mais os acontecimentos do mercado local.
O ponto ressaltado pelo especialista, é que todas medidas anunciadas pelo governo para conter a valorização do real, como aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), cobrança de imposto sobre depósito de margem para operação na BM&F e um Banco Central (BC) cada vez mais atuante, afastaram boa parte dos investidores do mercado.
Capital estrangeiro
Sinal disso, diz o especialista, é que a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) perdeu R$ 1,37 bilhão em capital estrangeiro no mês até o dia 9 (último dado disponível) e o dólar não saiu do lugar. Na verdade, a moeda acumula baixa de 0,42% no mês.
O investidor sai da bolsa, mas não sai mais do país, seja por não querer pagar imposto no retorno ou na mudança de bolsa para renda fixa ou dólar futuro.
Segundo Ferreira, as medidas derrubaram a volatilidade do mercado. Faz meses que o dólar oscila entre R$ 1,65 a R$ 1,75. Mais recentemente, essa banda se estreitou ainda mais, entre R$ 1,65 e R$ 1,68.
“Tomaram as medidas para o dólar não cair, mas elas também não deixam o dólar subir”, diz o especialista.
Segundo Ferreira, muitos dos investidores que operavam a alta volatilidade da moeda brasileira foram para outros mercados, como euro/dólar e dólar/libra, por exemplo.
Com agências